DO PORTAL BR247
Já são quase 72 horas de espera. Na última quarta-feira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) telefonou para o ex-governador paulista José Serra. Serra não atendeu nem retornou. Além disso, ontem, deu um ultimato ao PSDB: ou assume a presidência do partido, na eleição que ocorrerá em maio, ou deixa a legenda (leia mais aqui em reportagem anterior do 247). Além disso, Serra ameaça apoiar Eduardo Campos, do PSB, que vem exibindo musculatura, em suas reuniões políticas e com grupos empresariais.
Diante da ameaça de uma cisão gravíssima no PSDB, Aécio decidiu marcar uma viagem de emergência a São Paulo. Ele deve chegar à capital paulista neste domingo e tentará um encontro pessoal com Serra, onde ambos poderão digerir e processar todas as mágoas recíprocas. Serra atribui a Aécio sua derrota na eleição presidencial de 2010. Diz que o senador mineiro não apenas deixou de se engajar no processo, quando poderia ter sido vice na chapa ‘puro-sangue’, como também teria estimulado a publicação do livro ‘Privataria Tucana’, escrito por Amaury Ribeiro Júnior, que expõe a atuação de sua filha Verônica e de seu genro nas privatizações. Aécio, por sua vez, sabe que terá que convencer Serra a lhe dar o que não recebeu em 2010.
Insatisfeito, o ex-governador paulista tem falado cobras e lagartos de Aécio. A aliados, o chama de ‘coronel’. Em entrevista ao 247, o ex-governador Alberto Goldman, um dos mais serristas integrantes do PSDB, disse que as candidaturas de Aécio para presidente e de Geraldo Alckmin para governador em 2014 só serão viáveis se Serra não for isolado dentro do partido. Serra sabe que poderá se filiar tanto ao PPS, de Roberto Freire, como ao PSD, de Gilberto Kassab, obtendo espaço para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, em 2014. ‘O Aécio terá que escolher se prefere ter a presidência do PSDB, com Serra na campanha de Eduardo Campos, ou disputar a presidência da República, com o apoio de Serra’, resume um parlamentar serrista.