© UK Press via Getty ImagesPor Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc – Neste mês, Sheikha Moza Bint Nasser celebra mais um aniversário. Não se trata apenas da passagem de um ano, mas da renovação de uma presença que marcou e continua a marcar a história contemporânea. Porque Moza não habita apenas o Qatar: ela habita a ideia de que tradição e modernidade podem caminhar lado a lado, e de que o poder, quando guiado pela inteligência e pela visão de longo alcance, pode semear um futuro que transcenda fronteiras.
Ela não se limita aos bastidores da história, caminha no centro do palco, consciente de cada holofote que a segue e de cada sombra que tenta contê-la. Seu percurso é feito de uma rara conjugação: a delicadeza de uma presença que sabe calar para ouvir e a firmeza de uma liderança que sabe falar quando é hora de mudar o curso das coisas. Entre o refinamento das vestes e o peso das decisões, construiu uma persona que é tanto obra de si quanto resposta ao mundo que a observa.
Moza transformou a educação em alicerce de soberania, a cultura em linguagem diplomática e a imagem em ferramenta estratégica. Nos corredores da Qatar Foundation e nas salas onde se desenham acordos internacionais, ela não é apenas interlocutora, é protagonista. Sabe que o mundo árabe é muitas vezes lido pelo Ocidente por meio de estereótipos frágeis e, por isso, oferece ao mundo uma outra narrativa: a de uma mulher que não aceita o confinamento simbólico e que recusa a invisibilidade.
Celebrar Moza é reconhecer que ela não é apenas filha do seu tempo: é uma engenheira do futuro. Entre o que há e o que virá, ergue-se como ponte viva, sustentada por colunas de saber, visão e persistência.
Se Ofélia, no universo de Shakespeare, foi levada pela corrente, Moza aprendeu a caminhar sobre as águas. Onde a personagem trágica se deixou afundar, ela planta marcos. Onde o amor e o poder esmagaram, ela converteu o peso em alavanca. E, assim, ao invés de desaparecer, tornou-se farol.
Há aniversários que são apenas datas. O dela é clarão. Não por conta das velas, mas porque ilumina o espaço entre passado e futuro, um espaço que ela ocupa com a certeza de que, no tabuleiro das nações, não basta existir: é preciso permanecer.
Por CLAUDEMIR GOMES – “DÁ-LHE SANTA! TRI! TRI, TRI, TRI, TRI, TRICOLOR!”.
Por Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc – O amor não acaba nunca, mesmo quando tudo ao redor parece ruir em silêncio, mesmo quando os olhos já não se encontram nos mesmos lugares, nem os dedos se procuram sob a mesa do café da manhã. Ele não se curva ao tempo, não obedece às regras da lógica nem às sentenças do esquecimento. O amor, esse amor que não se explica, continua existindo mesmo quando a vida tenta sussurrar o contrário. Ele fica no canto da sala onde a gente riu pela primeira vez, no lençol amassado de uma tarde de outono, no nome que não se diz em voz alta mas que ecoa dentro do peito como um segredo que se recusa a morrer.