Olhos de Café Quente – Espetáculo Teatral
APRESENTAÇÃO
Num balanço se balança, sem pressa, uma jovem mulher, de branco vestida.
É negra ela… Como negra é a tinta com que escreve, na brancura do papel, seus poemas e lembranças.
Suas histórias deslizam com pés de anjo, passos leves, no espaço, como se o tempo fosse outro, como se a vida não urgisse.
Ouvimos quando canta, voz grave, canções antigas.
Vemos quando acende velas multicores.
Sentimos o rescindir de perfumes.
Rodeada de livros e escritos, ela conta, tranquila-tranquila, sonhos de infância, de como entende a vida, de seus desejos de mulher, de suas perdas e danos, das dores e alegrias de ser mulher negra.
Às vezes a sentimos endurecer, guerreira, solicitando mais respeito, mais amor, alguma dignidade. Aí sua voz ganha força, peso, ressoa alto, penetrante, na plateia. Ela nos toca, provoca, afeta, faz pensar.
Ouvimos outras vozes nas suas palavras. E calamos ante sua força e fé. Pois que a dor que lhe grita por dentro não é sua somente. É nossa também. É de todo mundo que já se viu, em algum momento, apequeninado pelo preconceito racial.
A mulher de branco vestida é, ela mesma, um poema feito de carne, músculos e respirações. É puro movimento interno e externo. É um convite para se ver, de outro ângulo, o mundo tal qual o conhecemos.
CONCEPÇÃO DE DIREÇÃO
O nosso olhar e a nossa maneira de conceituar, pode encontrar poesia em quase tudo. Bem assim, encontramos o poético na essência da obra de Elisa Lucinda e de Carolina Maria de Jesus.
Se a palavra pode também servir como transporte e manifestação da poesia, então melhor será. Por que a palavra invoca, evoca, convoca imagens e uma miríade maior de sentimentos, que nos convidam a compartilhar as alegrias, as dores, as esperas, as apostas, as experiências, os lutos, os ganhos, as perdas, a barra que é viver.
Uma aposta no teatro, no espetacular que se guarda na delicadeza dos pequenos movimentos, nas ações silenciosas, nas palavras, na poesia. É sobre as dores e as alegrias de existir, de se reconhecer nas coisas simples, lembradas, imaginadas, sonhadas. É sobre recordações e desejos de uma mulher, que são muitas numa só: a menininha curiosa, a mocinha sedutora, a mulher decidida, a anciã. O presente, o passado, o futuro se misturando, criando cores, música, texturas. É sobre as chuvas invernais e um colo cálido; um primeiro beijo, uma chama de vela, as recordações da mãe, o nome do pai que não ficou; uma carta recebida, um retrato na parede, um balanço sobre as árvores da infância. É sobre as descobertas, as expectativas (nem sempre frustradas, nem sempre atendidas) e as surpresas que a vida e a morte nos dão ao longo do caminho. É sobre ser negro, pobre e ter de se virar para arranjar comida para si e para os filhos miúdos, sem vitimização, mantendo a altivez em meio ao caos. É sobre as diversas fomes e sedes que nos consomem. É sobre aprender a ser dona de si e de sua história. Sobre o amor que se nutre, contra todas as probabilidades, pela palavra encantatória, nascida do dia a dia, fermentada nas horas difíceis, lapidada em noites sem fim. É sobre a solidão da escrita e a paixão por palavras instauradoras de mundos, imagens, sombras, reflexões. É que, assim, de repente, cai a ficha, compreende-se, que as coisas mais importantes da vida realmente, definitivamente, não são coisas.
AS POETISAS…
Carolina Maria de Jesus
Negra, jovem, bonita, inteligente, mãe solteira, independente, Carolina despertava a inveja das vizinhas e a cobiça dos homens. Alfabetizada até o 2º ano primário, desenvolveu e cultivou o gosto pela leitura e o hábito de escrever. Saiu de Sacramento, pequena cidade do Triângulo Mineiro, em 1947, fugindo da pobreza da zona rural e foi morar na favela do Canindé passando a trabalhar como catadora de papel. Quarto de despejo, seu primeiro livro publicado, tornou-se um sucesso editorial, sendo traduzido em treze línguas e mais de quarenta países, vendendo cerca de um milhão de cópias em todo o mundo. Os registros diários iniciaram-se em 15 de julho de 1955, sendo interrompidos em 28 de julho do mesmo ano e retomados apenas em 2 de maio de 1958. O livro se encerra com um registro feito no dia 01 de janeiro de 1960. Mas nem o formato de diário nem a descontinuidade cronológica prejudicam a estrutura narrativa. Mesmo com dificuldades, a escritora ainda publicou, no Brasil, os livros Casa de alvenaria (1961), Provérbios (1963), Pedaços da fome (1963) e Diário de Bitita (publicação póstuma, 1982). O historiador José Carlos Sebe Bom Meihy, durante a sua pesquisa para o livro Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus (escrito em parceria com o historiador norte-americano Robert Levine), localizou, junto à família da escritora, uma caixa com trinta e sete cadernos que trazem poemas, contos, quatro romances e três peças de teatro. Para o historiador, esse acervo revela que os diários que fizeram Carolina Maria de Jesus ficar famosa no mundo inteiro, não representam nem de leve a essência da obra da escritora: “estamos em face de um caso único na história da cultura popular nacional, onde, na favela, uma autora semialfabetizada produziu uma obra que, segundo o impulso inicialmente dado, seria uma promessa de renovação de nossos critérios de definição cultural”, afirma Bom Meihy ao lamentar o esquecimento de uma escritora com uma importância singular na história brasileira. Carolina dividia seu tempo entre as tarefas de catar papéis, cuidar dos afazeres domésticos (que, na verdade eram poucos, pois quase nada havia a cozinhar, lavar ou arrumar no pequeno barraco) e a escrever o seu diário, onde registrava os fatos corriqueiros de uma favela.
Elisa Lucinda
Atriz, poetisa, jornalista e cantora de grande reconhecimento nacional. Elisa Lucinda nasceu em Cariacica em 2 de fevereiro de 1958, e, mudou-se para o Rio de Janeiro, para uma vila no bairro da Tijuca, em 1986, disposta a seguir a carreira de atriz. Tornou-se uma grande artista, com uma carreira de sucesso entre teatro, cinema e televisão. Dona de um talento inquestionável é autora de 12 livros de poesia publicados. Fundadora da Casa Poema, instituição sócio-educativa cujo método capacita vários profissionais através da poesia falada, desenvolvendo-os em sua capacidade de expressão e na sua formação cidadã. Em parceria com a Organização Internacional do Trabalho, a Casa Poema tem realizado o projeto Palavra de Polícia, outras armas, onde ensina poesia falada a esses profissionais de segurança, alinhando-os aos princípios dos direitos humanos, removendo e transformando antigos modos operacionais em relação ao gênero e a raça. Elisa Lucinda é considerada a artista da sua geração que mais populariza poesia. Seu modo coloquial de se expressar faz com que o mais complexo pensamento ganhe fácil compreensão.
FICHA TÉCNICA
Direção e preparação corporal: Quiercles Santana
Assistentência de direção: Asaias Lira
Atriz pesquisadora: Soraya Silva
Texto: Carolina Maria de Jesus e Elisa Lucinda
Organização e Seleção de Textos: Quiercles Santana e Soraya Silva
Cenografia e Figurino: Quiercles Santana
Iluminação: Natalie Revorêdo
Vídeo e montagem: D’Angelo Roberto
Fotografia: D’Angelo Fabiano
Programador Visual: José Barbosa ?e Luca Principi
Consultoria: Raffaella Fernandez – Dra. pesquisadora das obras de Carolina Maria de Jesus
Produção Executiva: Aracelly Silva
Produção Geral: Renata Phaelante
Realização: Eu&tu Nútero de Criação Teatral
NOSSO ORÇAMENTO
Direção 3.600,00
Atriz pesquisadora 3.600,00
Criação de Luz 2.000,00
Cenário – Criação e confecção 2.000,00
Figurino – Criação e confecção 400,00
Produção Geral e Executiva 4.000,00
Direitos Autorais – 2 Autoras 3.000,00
Designer Gráfico 1.000,00
Recompensas/Contra partidas 1.000,00
Catarse.me 13% 3.080,00
TOTAL 23.680,00
PARA R$ 20 OU MAIS
APOIADORES
R$ 20,00 OU MAIS – Café Expresso! É rapidinho e seu apoio muito importante para nós! Você ganha um Link de Fotografias e Agradecimento em nosso Blog.
Disponibilizaremos via e-mail.
Estimativa de Entrega: Novembro/2014
PARA R$ 40 OU MAIS
APOIADORES
R$ 40,00 OU MAIS – Café Médio! Que maravilha, vamos nos encontrar no teatro! Você ganha: Par de Ingressos e Agradecimento em nosso Blog.
Disponível na Bilheteria: Previsão de Estreia, Novembro de 2014
Estimativa de Entrega: Novembro/2014
PARA R$ 60 OU MAIS
APOIADORES
R$ 60,00 OU MAIS – Café da manhã! Hum … Já podemos sentir o gostinho desse sonho! Você ganha: Par de Ingressos e agradecimento em nosso Blog.
Disponível na Bilheteria: Novembro de 2014.
Estimativa de Entrega: Novembro/2014
PARA R$ 80 OU MAIS
APOIADORES
R$ 80,00 OU MAIS – Café Longo!!! Uau, com seu apoio, vamos ensaiar mais horas no teatro! Obrigada. Você ganha: Par de Ingressos e agradecimento em nosso Blog.
Disponível na Bilheteria: Novembro de 2014.
Estimativa de Entrega: Novembro/2014
PARA R$ 100 OU MAIS
APOIADORES
R$ 100,00 OU MAIS – Café Quente!!! Evoé, tá se tornando real, é isso mesmo! Você ganha e compartilha: 2 Pares de Ingressos, agradecimento no Blog + Seu nome no Programa autografado.
Disponível na Bilheteria: Novembro de 2014.
Estimativa de Entrega: Novembro/2014
PARA R$ 300 OU MAIS
APOIADORES
R$ 300,00 OU MAIS – Café para todos! Com esse apoio, o cenário vai ficar liiindooo. Você ganha e compartilha: 2 Pares de Ingressos, agradecimento no Blog + Seu nome no Programa autografado.
Disponível na Bilheteria: Novembro de 2014.
Estimativa de Entrega: Novembro/2014
PARA R$ 500 OU MAIS
APOIADORES
R$ 500,00 OU MAIS – Café Cappuccino! Todos os ingredientes são indispensáveis, com um apoio tão gostoso, o resultado será delicioso! Você ganha e compartilha: 2 Pares de Ingressos, agradecimento no Blog + Seu nome no Programa autografado.
Disponível na Bilheteria: Novembro de 2014.
Estimativa de Entrega: Novembro/2014
PARA R$ 1.000 OU MAIS
APOIADORES
R$ 1 000,00 OU MAIS – Café emoções! Nossa! Os nossos corações estão a mil, que essa contribuição seja contagiante, rs. Muito Felizes, OBRIGADA! Você ou sua empresa receberá uma cota de 6 Pares de Ingressos, agradecimento no Blog + Seu nome no Programa autografado e inclusão da marca em todas as peças gráficas.
Disponível na Bilheteria: Novembro de 2014.
Estimativa de Entrega: Novembro/2014
