Por Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc – No dia 27 de janeiro, o mundo se une para relembrar um dos episódios mais sombrios da história da humanidade: o Holocausto. Esta data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005, marca a libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em 1945. Mais do que um dia de memória, é uma ocasião para refletir sobre os horrores do passado e reafirmar o compromisso com os valores universais da dignidade, da liberdade e da convivência pacífica.
Entre 1941 e 1945, o regime nazista exterminou cerca de seis milhões de judeus, além de milhões de outras vítimas, incluindo ciganos, pessoas com deficiência, homossexuais, opositores políticos e prisioneiros de guerra. Essas vidas perdidas representam não apenas estatísticas, mas sonhos interrompidos, famílias destruídas e uma ferida profunda na história da humanidade.
Lembrar essas vítimas é essencial para que nunca mais permitamos que tamanha barbárie se repita. A memória do Holocausto nos convoca à empatia, ao reconhecimento da nossa fragilidade enquanto sociedade e à luta incessante contra o antissemitismo, o racismo, a xenofobia e qualquer forma de discriminação.
Em meio à crueldade do Holocausto, também emergiram histórias de coragem e humanidade. Pessoas comuns que, arriscando suas vidas, esconderam judeus, contrabandearam alimentos e desafiaram as autoridades para salvar vidas. Nomes como Oskar Schindler, que salvou mais de mil judeus, e de tantas outras figuras menos conhecidas nos lembram que mesmo diante do horror, a bondade humana pode prevalecer.
Essas histórias também nos desafiam a refletir sobre o que é ser humano. Elas nos inspiram a agir em favor do outro, a respeitar as diferenças e a valorizar o direito à vida como algo inalienável.
O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto também é um convite para celebrar a liberdade. Auschwitz, que simboliza o ápice da desumanidade, também é um lembrete de que a libertação é possível. A liberdade conquistada em 1945 é um tributo à resistência das vítimas e à luta por um mundo onde nenhum ser humano seja tratado como inferior.
Reafirmar a liberdade, neste contexto, significa combater ideologias de ódio, defender os direitos humanos e proteger a democracia. Significa reconhecer que a diversidade é uma riqueza, não uma ameaça.
Em um mundo que ainda enfrenta desafios como o crescimento de discursos de ódio e o aumento do negacionismo, é nosso dever educar as futuras gerações sobre o Holocausto. A memória coletiva é uma ferramenta poderosa para impedir que os erros do passado sejam repetidos.
Que o dia 27 de janeiro seja mais do que um momento de memória. Que seja um chamado à ação, à solidariedade e à construção de um mundo onde o respeito e a humanidade sejam valores inegociáveis.
“Nunca mais” não é apenas um slogan. É um compromisso. Um compromisso de lembrar, de educar, de agir. Que a memória das vítimas do Holocausto nos inspire a criar uma sociedade onde o ódio não tenha espaço e onde a liberdade floresça para todos.
Vídeo: