Encontro poético entre literatura e boemia pelas mãos de Maria Luiza Monteiro e Rayanna Almeida, na Casa Cor Pernambuco 20224. Por Flávio Chaves

Maria Luiza Monteiro e Rayanna Almeida
Maria Luiza Monteiro e Rayanna Almeida – Foto: Divulgação
Por Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc  – 

Na edição deste ano da Casa Cor Pernambuco, as arquitetas Maria Luiza Monteiro e Rayanna Almeida trouxeram um universo encantador à tona, onde literatura e boemia se encontram e se entrelaçam de forma sublime. Em seu projeto, elas criaram um espaço que é mais do que um refúgio; é um convite para habitar o sonho, a arte e a vida.

O ambiente proposto por Maria Luiza e Rayanna não apenas acolhe livros e palavras, mas também o espírito leve de quem transita entre a intelectualidade e a boemia. A cada canto, é possível sentir a delicadeza de um espaço onde as madrugadas são companheiras da escrita, os drinques fluem como histórias, e a música é o pano de fundo perfeito para encontros de ideias e criações. Ali, as paredes sussurram inspirações e as estantes de livros abrem portas para outros mundos, num abraço entre o saber e o prazer.

A experiência de Maria Luiza Monteiro ao lado do renomado arquiteto Eduardo Souto de Moura em Portugal – cuja obra ecoa o rigor e a beleza arquitetônica – trouxe uma nova camada de sofisticação e sensibilidade a esse espaço. A influência de Souto de Moura, vencedor do Prêmio Pritzker em 2011, reflete-se em cada detalhe que dialoga com o conforto e a leveza, sem perder a profundidade que a literatura e a convivência boêmia exigem.

Em tempos onde a rapidez do cotidiano por vezes ofusca o valor das noites regadas a conversas, música e livros, o espaço criado pelas arquitetas surge como um resgate à convivência criativa e intelectual. A Casa Cor Pernambuco 2024 se torna, assim, um oásis de contemplação, onde as horas se estendem para receber aqueles que desejam mergulhar no prazer de ler, criar, beber um bom vinho e se perder entre notas de jazz e sorrisos despretensiosos.

O projeto tem sido amplamente celebrado pela crítica, e não sem razão: nele, Maria Luiza e Rayanna conseguiram capturar a essência de um viver poético, onde o diálogo entre a beleza da arquitetura e a alma boêmia cria um espaço que não é apenas físico, mas emocional. Ao promover encontros entre a cultura, a arte e a boemia, elas resgatam o encanto de noites que começam com um livro e terminam com histórias.

Este é o tipo de lugar que, uma vez habitado, fica para sempre na memória. Um espaço que nos lembra que a vida, como a boa literatura e as noites boêmias, precisa de tempo, leveza e paixão.