Dirceu critica ‘histeria’ sobre Marçal e avisa: “Esquerda ganhará de novo”

À CNN, José Dirceu defende reeleição de Lula e anuncia volta ao debate  político | CNN Brasil

Cálculo de Dirceu se baseia na eleição de Lula em 2022

Mônica Bergamo
Folha

A ascensão meteórica de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas para prefeito de São Paulo divide lideranças do governo e do PT. Ministros de Lula (PT) se dizem preocupados. Mas uma parte do partido acredita que o ex-coach está apenas crescendo entre os bolsonaristas, e que a direita será novamente batida na capital —como ocorreu em 2022.

“Marçal ainda está disputando os votos no campo bolsonarista. Se ele conquistá-los, e for para o segundo turno, vamos derrotá-lo, assim como fizemos com Bolsonaro em São Paulo há dois anos”, diz o ex-ministro José Dirceu, ecoando outras lideranças do partido na capital.

SEM HISTERIA – “Não adianta ficar com essa histeria, pensando que ele já ganhou. Os dados mostram que vamos para o segundo turno em São Paulo, e com todas as condições de vencer a direita.”

O ex-ministro afirma que conversou com diversos analistas de pesquisas na semana passada. E diz que ministros de Lula e lideranças do PT têm que baixar a ansiedade e analisar o quadro com maior frieza e objetividade.

Com 21|% da preferência do eleitorado, segundo o Datafolha, Marçal ainda não conquistou sequer todo o campo bolsonarista, observa Dirceu. Jair Bolsonaro teve 37,99% dos votos na capital paulista no primeiro turno em 2022. O coach ainda está longe desta marca. Lula, no primeiro turno, teve 47,54%.

TABUADA  – “Ele está brigando para chegar a esses 37% e tirar [Ricardo] Nunes do segundo turno. A campanha do prefeito terá que se voltar contra Marçal”, analisa Dirceu. No segundo turno, Lula voltou a vencer Bolsonaro na cidade de São Paulo, e com alguma folga. O petista teve 53,54% dos votos, contra 46,46% do ex-presidente.

Candidato ao governo do estado, Fernando Haddad (PT) também bateu o bolsonarismo na capital. Ele amealhou 54,41% dos votos válidos no segundo turno, contra 45,59% de Tarcíso de Freitas (Republicanos) —que venceu o pleito ao conseguir uma votação consagradora no interior de SP.

A direita também foi derrotada na capital na eleição para o Senado. O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) teve 44,87% dos votos na cidade de São Paulo, contra 37,8% do astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que tirou a diferença no interior do estado e acabou vencendo.