A Saudade de Fernanda Young. Por Flávio Chaves

Cinco Anos Sem Uma Voz Única da Literatura Brasileira

 Por Flávio Chaves – Jornalista, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc

No dia 25 de agosto de 2019, o Brasil perdeu uma de suas mais notáveis vozes da literatura e das artes, a escritora, roteirista e apresentadora Fernanda Young. Com apenas 49 anos, Fernanda deixou um legado inestimável, caracterizado por sua criatividade intensa, irreverência, e uma sensibilidade única que cativava leitores e espectadores.

Fernanda Young era conhecida por seu estilo ousado, que mesclava humor ácido com reflexões profundas sobre a vida, o amor, e as complexidades do ser humano. Sua carreira multifacetada incluiu não apenas livros, mas também séries de televisão que marcaram época, como Os Normais, onde seu talento como roteirista brilhou ao trazer para o público uma comédia sofisticada e inovadora.

Sua obra literária é vasta e diversa, e inclui romances, contos, e até mesmo poesia. Fernanda nunca teve medo de tocar em temas delicados ou de expor suas próprias vulnerabilidades, o que a tornou uma autora profundamente conectada com seus leitores. Obras como Aritmética e As Pessoas dos Livros são exemplos do seu talento em traduzir sentimentos complexos em palavras simples, mas impactantes.

A falta que Young  faz é sentida por todos aqueles que, em algum momento, se viram refletidos em suas palavras. Sua partida prematura nos deixou com um sentimento de perda irreparável, mas também com a gratidão por termos tido a oportunidade de conhecer e aprender com seu trabalho.

Cinco anos depois, o vazio deixado por Fernanda ainda é palpável, mas sua memória continua viva em cada página que escreveu, em cada cena que roteirizou. Ela nos deixou uma herança cultural rica, que ainda inspira e desafia novas gerações de leitores, escritores e artistas.

Fernanda Young faz falta, não apenas pela escritora brilhante que era, mas pela pessoa corajosa que ousou viver e expressar suas verdades, sem medo de ser julgada. Em um mundo que muitas vezes valoriza o superficial, ela nos lembrou da importância de ser autêntico, de ser verdadeiro, e, acima de tudo, de ser humano.