Tributo ao Amor. Por CLAUDEMIR GOMES

   Por CLAUDEMIR GOMES

A cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024 foi encerrada com a canadense, Céline Dion, interpretando, do alto da Torre Eiffel, o clássico Hymne à L’amour (Hino ao Amor), que ficou mundialmente conhecido através da icônica Édith Piaf. O som segue ecoando nos meus ouvidos, e as imagens irão se perpetuar na minha memória.

“Se o azul do céu escurecer…”, podem ter a certeza de que, a abertura dos Jogos de Paris foi um dos espetáculos mais bonitos que tive a oportunidade de assistir em vida. Ao vivo e a cores, graças aos avanços da tecnologia, evidentemente.

Desde o encerramento das Olimpíadas de Moscou, em 1980, quando o mundo se encantou com as imagens do mascote, o ursinho Misha, soltando uma lágrima no grande mosaico formado nas arquibancadas, que passei a aguardar, com certa expectativa, as novidades a serem apresentadas pelos países anfitriões nas várias edições dos Jogos Olímpicos.

Tive a oportunidade de constatar o grande canteiro de obras que a Capital Francesa havia se transformado nos últimos anos, se preparando para promover os Jogos Olímpicos de 2024. Valeu a espera de cem anos, e os transtornos aos quais os franceses foram submetidos para que fosse possível realizar o espetáculo que encantou o mundo.

Os franceses foram impecáveis no tributo que fizeram ao belo.

Paris, por si só, é um convite ao amor. E a abertura dos Jogos 2024 foi uma mensagem clara, límpida, transparente, de que o amor é aceitação e tolerância as diferenças. Num cenário deslumbrante, os franceses que tiveram a ousadia de quebrar paradigmas ao fugir da tradição de realizar a abertura dos jogos em estádios, mostraram ao mundo, da forma mais graciosa possível, como é possível se manter fiel ao lema da Revolução Francesa: Liberté, Égalité, Fraternité.

Liberdade e igualdade! Tudo começa por esse entendimento. Paris não é mais libertina que outras metrópoles, mas tudo nela parece uma louvação ao amor. O entendimento vem desde o tempo de Napoleão Bonaparte. A história nos conta de que o Imperador da França foi traído, e os franceses só aceitaram que ele continuasse com a mulher porque o comandante a amava demais. Tolerância imposta pelo sentimento.

A grande Édith Piaf – cantora, compositora, atriz – amada por nove entre dez franceses, traduziu para o mundo qual a essência do sentimento transformador quando compôs Hino ao Amor.

A cerimônia de abertura dos Jogos de Paris 2024 foi cirúrgica na sua mensagem do princípio ao fim. Exemplos de inclusão por todos os lados. Momentos de convite a reflexão como a interpretação de IMAGINE, do inesquecível John Lennon.

Diante de um mundo tão conturbado, não é fácil mostrar para todos que, todo tipo de amor vale a pena. Se a ordem é amar, tem que haver fraternidade.

Viva a Revolução Francesa!

Fecho os olhos e sigo ouvindo a voz encantadora da Céline Dion interpretando Hymne à L%u2019amour. Que venham as disputas