De olho no futuro, vários partidos já abrem a disputa pela sucessão de Lira em 2025

Lula e Lira se reúnem às véspera de votação de PEC da Transição

Lula sabe que não aprova nada sem ter o apoio de Lira

Tatiana Azevedo
Gazeta do Povo

Partidos já começaram a se articular para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados, mesmo faltando um ano e meio para a próxima eleição que definirá o comando da Casa. Nomes do Republicanos e do União Brasil já despontam como os mais cotados e a tendência é que Lira consiga fazer um sucessor com apoio do governo petista.

Ninguém ainda fala abertamente sobre o assunto, mas a presidência da Câmara já é tema informal de algumas reuniões e conversas de bastidores, como nas rodas de bate-papo no Salão Verde da Câmara.

DOIS NOMES – Um deputado do Republicanos, que integra o bloco formado com MDB, PSD, PSC e Podemos e é próximo às lideranças, disse à Gazeta do Povo, em condição de anonimato, que já despontam nos bastidores os nomes do presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), e do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), que integra o outro grande bloco formado por PP, União Brasil, Federação PSDB-Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota.

Nascimento, segundo ele, seria o preferido de Lira por ser do mesmo bloco partidário e amigo pessoal do atual presidente da Câmara – e do próprio governo.

Além disso, o líder do União foi um dos convidados por Lula para a comemoração realizada no Palácio da Alvorada depois de concluídas as votações da reforma tributária e do Carf.

FORAM PRÉ-CANDIDATOS – Tanto Pereira quanto Nascimento almejam a presidência da Câmara já há algum tempo. Eles se apresentaram como pré-candidatos nas eleições em 2021, mas acabaram apoiando Arthur Lira.

Os dois deputados não são garantia de “apoio” a Lula na Câmara, mas têm feito esforços para se aproximar do governo nos últimos tempos. Nascimento foi fundamental no convencimento da bancada do União horas antes da votação da reforma tributária.

O partido estava no centro da disputa pelo ministério do Turismo, e, depois de um anúncio da permanência de Daniela Carneiro no cargo, ameaçou adiar a votação.

FINAL FELIZ – Mas a resistência foi contornada em seguida pela confirmação da troca da ministra por Celso Sabino (PA), e Elmar Nascimento conseguiu garantir os votos de 48 dos 59 deputados da bancada, em favor da reforma.

E na disputa da sucessão de Lira ainda correm por fora os líderes do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), e do PDT, André Figueiredo (CE), que tentam ganhar espaço na corrida pela presidência e são presenças fortes no Centrão.

Para o deputado do Republicanos ouvido pela reportagem, essa divisão de candidatos dentro do mesmo bloco partidário pode acabar gerando um “racha” nos blocos e embolando a disputa.