O Congresso Nacional da REDE Sustentabilidade acontece a cada dois anos. E é a mais alta e importante instância partidária. De hoje até domingo, ou seja de 14 a 16, os dois novos porta-vozes do partido —como são chamados os dirigentes—serão escolhidos: de um lado, Heloísa e Wesley Diógenes buscam a reeleição, enquanto que a ministra Marina Silva apoia a candidatura de Joenia Wapichana e Giovanni Mockus.
Um tema instigante que divide as duas partes concorrentes é a eventual fusão com o PT ou o PSB. Na chapa de Heloísa, Diógenes integra a ala da Rede que veio a público defender esse caminho. O atual porta-voz chegou a subscrever, junto com 19 correligionários, um abaixo-assinado pela reformulação da sigla, o que foi repudiado pela outra frente. Em 2022, a Rede elegeu apenas dois deputados federais e um senador. Preocupado em superar a cláusula de barreira, o partido aprovou, antes da disputa eleitoral, uma federação com o PSOL. A união vale até 2026.
“Chegamos às vésperas do nosso Congresso sem ter viabilizado a Rede como um partido orgânico e capaz de impulsionar os valores que nos propusemos a construir. A Rede não conseguiu eleger uma bancada numericamente expressiva no íltimo pleito e tampouco conseguiu manter importantes parlamentares que passaram pelo partido desde a sua fundação”, diz o texto do abaixo-assinado.
— Tivemos cartas públicas que defendiam que a Rede deveria acabar e ser incorporada em um partido grande. A Rede vive um momento muito importante da sua história, na construção da frente ampla. Para isso, precisa continuar existindo. Estou junto de Marina Silva — afirmou a deputada estadual por São Paulo Marina Helou.
Diante desse cenário, o deputado Túlio Gadêlha (PE) defende uma composição entre as duas chapas:
— Hoje o cenário se desenha para uma disputa, mas nossos esforços vão para construir um entendimento sem perder ninguém. Manter o nosso partido com grandes quadros como o Randolfe Rodrigues, nosso único senador, além de líder do governo no Congresso. Evitar o confronto é a melhor opção. E continua: Quem acompanha nossa luta diária, aqui no congresso, acredita que nossa atuação política se restringe ao trabalho aqui na Câmara, no Congresso, nos debates. Não é verdade. A gente tem uma atuação grande no nosso Estado, dentro do nosso partido realizando conferências, elegendo direções municipais, elaborando teses, aprofundando a nossa posição política em cada cidade de Pernambuco e do Brasil. E a partir daí a gente tira delegados para eleger a direção municipal, nossa direção estadual e a direção nacional do nosso partido. A REDE é um partido democrático. E nesse fim de semana estamos realizando o Congresso Nacional da REDE não só para eleger nova direção mas oxigenar o Partido, mas principalmente para aprofundar as teses e posicionamentos do partido nesses próximos anos.
Prossegue o deputado Túlio Gadelha: A gente quer construir política com vocês , com a participação social. A gente quer fortalecer os movimentos de base. A gente quer fazer formação política. Por isso REDE Vive é a minha chapa. E por isso a gente vai construir junto esse novo momento que quer a REDE vive no Brasil.Conclui.
A Rede, como é mais conhecida, tem foco na participação das bases, o que se vê até nas nomenclaturas usadas no Partido. Embora o Regramento eleitoral exija uma formação partidária tradicional, dentro do partido não se houve termos como Presidente, Secretário ou tesoureiro. Também as seções nacional, Estadual e Municipais são identificadas como “Elos” da Rede.
O termo aqui é Porta Voz, por que quem é eleito para dirigir o partido, é porta voz do grupo que o elegeu. E assim o é também para fora. Quem for representar o Partido, é o Porta Voz do conjunto.
Na eleição passada també hove divergência dentro da sigla no tocante o apoio para a eleição presidencial, Marina reatou com Lula e o apoiou, enquanto Heloísa defendeu a candidatura de Ciro Gomes (PDT).
Crédito de Foto e Vídeo: Poliana Gondim