L I T E R A T U R A

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Poetisa CECÍLIA MEIRELES

CANTAR DE VERO AMOR

Poetisa CECÍLIA MEIRELES

I

ASSIM aos poucos vai sendo levada
a tua Amiga, a tua Amada!
E assim de longe ouvirás a cantiga
da tua Amada, da tua Amiga.

Abrem-se os olhos – e é de sombra a estrada
para chegar-se à Amiga, à Amada!
Fechem-se os olhos – e eis a estrada antiga
a que levaria à Amada, à Amiga.

(Se me encontrares novamente, nada
te faça esquecer a Amiga, a Amada!
Se te encontrar, pode ser que eu consiga
ser para sempre a Amada Amiga.

II

E assim aos poucos vai sendo levada
a tua Amiga, a tua Amada!

E talvez apenas uma estrelinha siga
a tua Amada, a tua Amiga.
Para muito longe vai sendo levada,
desfigurada e transfigurada.

Sem que ela mesma já não consiga
dizer que era a tua profunda Amiga.

Sem que possa ouvir o que tua alma brade
que era a tua Amiga e que era a tua Amada.

Ah! do que disse nada mais se diga.
Vai-se a tua Amada – vai-se a tua Amiga!

Ah! do que era tanto, não resta mais nada…
Mas houve essa Amiga! mas houve essa Amada!

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