Silva foi condenado a 12 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro em sentença tornada pública nesta sexta-feira e que faz parte do processo que apura o pagamento de propina a políticos do PMDB e funcionários da Petrobras para a contratação da Samsung Heavy Industries para construir dois navios-sonda da Petrobras. Na mesma ação foram condenados os lobistas Bruno e Jorge Luz.
E-MAILS SUMIDOS – Em 15 de agosto, o Ministério Público Federal (MPF) havia pedido a prisão preventiva do ex-gerente da Petrobras por suspeita de destruição de provas. Segundo o despacho do juiz Sergio Moro, ele “apagou, seletivamente, mensagens de teor incriminatório e que se encontravam na caixa postal” de um endereço eletrônico. A fraude foi descoberta porque os e-mails estavam na caixa postal do destinatário, outro investigado na Lava-Jato.
“Conduta da espécie é equivalente a de destruição de documentos incriminatórios e constitui risco evidente à investigação ou instrução” de outros processos em que Silva é investigado, segundo Moro.
NOVA OPERAÇÃO – Neste desmembramento da Lava-Jato, a Polícia Federal cumpre 10 mandados judiciais. Além de um mandado de prisão, ainda são cumpridos um mandado de condução coercitiva, quatro de busca e apreensão e três intimações com a imposição de outras três medidas cautelares. Quem autorizou foi o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Um dos principais alvos é o o ex-executivo da Petrobras Djalma Rodrigues de Souza.
De acordo com nota da PF, “nas investigações até então realizadas, há indícios concretos de que um grupo de gerentes da Petrobras se uniu para beneficiar o grupo Odebrecht em contratações com a petroleira, mediante o pagamento de valores de forma dissimulada em contas de empresas offshores estabelecidas no exterior”.
Os investigados responderão pela prática dos crimes de associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.
Bela Megale
O Globo