Nove aliados de Temer protocolaram nesta terça (11) relatório alternativo na CCJ da Câmara. Voto em separado dos peemedebistas contraria parecer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ).
Por Bernardo Caram
Porém, quem vai decidir se esse relatório em separado será votado ou não é o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Embora também seja do PMDB, Pacheco já adiantou que não tem obrigação de de acolher o pedido do partido.
A intenção da “tropa de choque” do presidente da República é tentar rejeitar o relatório oficial – que recomenda a admissibilidade da denúncia – e, na sequência, aprovar o texto dos nove peemedebista que orienta a comissão a votar contra as acusações da PGR.
“Uma vez que não é possível identificar quaisquer elementos que indiquem a correlação dos fatos imputados ao senhor presidente da República com o delito de corrupção passiva, votamos pela inadmissibilidade da Solicitação para Instauração de Processo 1/2017”, diz trecho do voto dos aliados de Temer.
No documento, os deputados questionam ainda as práticas dos investigadores para fechar o acordo de delação premiada com os executivos da J&F.
Na visão dos parlamentares fiéis ao presidente da República, o fato de o empresário Joesley Batista ter gravado conversa com Temer no Palácio do Jaburu é “inidônea”. Eles também argumentam que não há materialidade de crime por parte do presidente.
“Ao afirmar, genericamente, que o presidente da República se valeu de sua condição de chefe de Poder Executivo e de sua liderança nacional, a denúncia não traz prova nenhuma da autorização ou do pedido de favorecimento por parte do Sr. Presidente”, diz outro trecho do parecer alternativo.
Votos em separado
Além desse voto em separado, outros três já foram apresentados à CCJ. Um, também de autoria do deputado Hildo Rocha, pede a rejeição da denúncia.
Outros dois relatórios alternativos, propostos por parlamentares do PDT e pelo deputado Major Olímpio (SD-SP), recomendam o prosseguimento das acusações contra Temer no Judiciário.
Nesta terça, a assessoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) anunciou que os dois parlamentares oposicionistas irão protocolar um mandado de segurança para pedir que o STF barre a dança das cadeiras promovidas pelo Planalto na CCJ.
Dança das cadeiras
26 de junho
1. Aureo (SD-RJ) entra como titular no lugar de Major Olimpio (SD-SP)
2. Major Olimpio passa a suplente na cadeira de Aureo
30 de junho
3. Carlos Marun (PMDB-MS) assume a vaga de suplente de Valtenir Pereira (PSB-MT)
5 de julho
4. Laércio Oliveira (SD-SE) entra na cadeira de titular de Aureo (SD-RJ)
5. Wladimir Costa é remanejado para a vaga de suplente de Laércio Oliveira
10 de julho
6. Carlos Marun (PMDB-MS) assume cadeira de titular de José Fogaça(PMDB-RS)
7. José Fogaça fica na vaga de suplente de Carlos Marun
8. Bilac Pinto (PR-MG) substitui vaga de titular de Delegado Waldir (PR-GO)
9. Laerte Bessa (PR-DF) passa a titular no lugar de Jorginho Mello (PR-SC)
10. Magda Mofatto (PR-GO) ocupa vaga de titular de Marcelo Delaroli(PR-RJ)
11. Milton Monti (PR-SP) entra na vaga de titular de Paulo Freire (PR-SP)
12. Jorginho Mello (PR-SC) assume vaga de suplente de Laerte Bessa(PR-DF)
13. Cleber Verde (PRB-MA) na cadeira de titular de João Campos (PRB-GO)
14. João Campos é deslocado para cadeira de suplente de Cleber Verde
15. Evandro Roman (PSD-PR) ocupa cadeira de titular de Expedito Netto(PSD-RO)
16. Nelson Marquezelli (PTB-SP) é nomeado para vaga de titular de Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)
17. Arnaldo Faria de Sá é remanejado para vaga de suplente de Giovani Cherini (PR-RS)
Novas trocas
Nesta terça, há ainda mais uma substituição prevista: o deputado Beto Mansur (PRB-SP), vice-líder do governo, disse que vai entrar no lugar de Lincoln Portela (PRB-MG).
As discussões do relatório começam na próxima sessão da comissão, marcada para esta quarta-feira (12).