Dilma Rousseff priorizou a montagem de uma estrutura política forte, capaz de se impor Jânio de Freitas – Folha de S.Paulo Nem há no Brasil grandes figuras para compor um ministério de notáveis, nem seria preciso dar encerramento melancólico a um mandato difícil, com o anúncio de uma nova composição ministerial recebida por crítica ou por indiferença. Há uma explicação para isso, que muitos podem considerar suficiente para justificar a cara do novo mandato. Mas não é. Em vez de escolhas que fizessem esquecer a média lastimável do ministério no primeiro mandato, Dilma Rousseff deu prioridade à montagem de uma estrutura política forte, capaz de se impor em duas frentes. Uma, a do Congresso, que lhe deu quatro anos de problemas ininterruptos e custo político muito alto para cada solução. Outra, a que começa a combinar a hostilidade dos meios de comunicação, também constante e indiscriminada no primeiro mandato, e o despertar feroz da oposição. Este, ainda a se confirmar, porque dá trabalho. O futuro ministério tem tropas mais firmes no Congresso, atendendo a quase tudo o que ali pesa, e nos Estados mais representativos na opinião pública. Mas a prioridade ao político tem outra face: é sugestiva de que Dilma não pensa no segundo mandato como uma administração de passadas largas e inovadoras, com realizações e ampliações que, por si mesmas, dariam ao governo sustentação para atravessar os quatro anos e chegar sem medo a 2018. O que se insinua é mesmo a concepção do botafoguense Joaquim Levy: investimentos e transformações sociais rebaixados para a segundona. |