Em Gravatá, no Agreste pernambucano, seis vereadores de oposição – dos 15 que compõem a Câmara – denunciaram o prefeito Bruno Martiniano (PTB) de usar “laranjas” para adquirir bens de forma irregular.
Protocolada em julho, a acusação dos parlamentares está sendo investigada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que, em nota, afirmou que se manifestará sobre o caso “oportunamente”.
Segundo o documento apresentado pelos vereadores, duas irregularidades foram feitas em nome do secretário de Infraestrutura da cidade, Marcus Túlius de Barros Souza. Uma acusação é de que ele seria dono de um veículo, da marca Mercedes Benz, supostamente comprado pelo prefeito.
“Ele (o prefeito) afirmou num programa de rádio que tinha esse veículo, que gosta de coisa boa”, disse o vereador Luiz Prequé (PSB), que faz parte da mesa diretora da Câmara dos Deputados e é um dos autores da denúncia.
Além disso, teria comprado um apartamento na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife, uma das áreas mais nobres da cidade, e lavrado uma procuração transferindo os poderes sobre o imóvel para a esposa de Bruno Martiniano, Paula Regina Martiniano Lins.
O pai e sogro do prefeito, Paulo Roberto Melo Carvalho, também teve o seu nome incluído na denúncia.
De acordo com os vereadores, ele comprou 44 lotes em um condomínio por R$ 660 mil e depois transferiu os direitos para o próprio petebista. “Ele é um homem simples, que vive em uma casa abaixo desse valor”, afirmou Prequé. “Compete ao vereador fiscalizar o prefeito”, acrescentou.
Os mesmos vereadores que fizeram a denúncia – Luiz Prequé (PSB), Sonia Souza (PP), Junior de Obras (PPS), Leo do Ar (PSDB), Junior de Paulo (PRP) e Gustavo da Serraria (PV) – pediram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para investigar os crimes citados, mas ainda não tiveram resposta. O presidente da Câmara, Pedro Martiniano, é irmão do prefeito.
Veja a denúncia completa abaixo, com os documentos anexados a ela: