Chineses pressionam Dilma para driblar lei em linhas de Belo Monte

Liderado por estatal chinesa, consórcio vencedor de leilão de linhas de transmissão de Belo Monte pressiona o governo para burlar a lei

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Braço da estatal chinesa no Brasil exige que dois terços dos operários sejam chineses (Reprodução/PR)

por Leandro Mazzini

A usina de Belo Monte, no Pará, deve inaugurar as três primeiras turbinas daqui a um ano, mas outra obra do PAC tão importante está emperrada: as linhas de transmissão do Norte para o Sudeste. Sem elas não adianta gerar energia. O consórcio vencedor do leilão das linhas, liderado pela estatal chinesa State Grid Brazil Holding (com Eletronorte e Furnas), não ergueu um poste ainda no trajeto. Nos bastidores, os chineses pressionam o governo a burlar a lei e contratar operários em regime de Pessoa Jurídica, e não por CLT. E o pior: agora exigem que dois terços dos operários sejam chineses.

Resolve aí!

No meio da campanha, Dilma escalou Ademar Palocci, irmão do ex-ministro da Casa Civil, para negociar com os chineses. Palocci 2 é diretor da Eletronorte.

Nas mãos deles

Os chineses são majoritários no consórcio (51%), com Furnas e Eletronorte sócias – 24,5% para cada. A transmissão de Belo Monte está nas mãos do governo da China.

Soberania, que nada..

Não é de hoje que os militares alertam o Planalto para a questão de soberania sobre a produção e transmissão de energia. O governo decidiu ‘entregar’ para os comunistas.

Cronograma

As obras, orçadas em R$ 5 bilhões, deveriam ter iniciado em abril deste ano, a tempo de ligar Belo Monte às linhas da Chesf em 2 mil km. Para abastecer o Sudeste.

Português x Mandarim

Palocci 2 foi encarregado pela presidente Dilma de convencer os chineses de que não haverá ‘trabalho escravo’ no Brasil – ou seja, um eufemismo para evitar contratos via PJ – ainda por cima de chineses! – e para lembrar aos parceiros de que a legislação brasileira exige a aplicação da CLT em todas Sociedades de Propósitos Específicos.

O exército chinês

Os chineses, em conversas com o governo, querem fazer do seu jeito – como em seu país – e alegam que aqui os custos trabalhistas seriam altíssimos, sem margem de lucro. Um detalhe: a obra envolverá nada menos que 12 mil empregos diretos.

Faltou luz?

O custo das linhas envolve compra e instalação de 28 transformadores e 25 mil quilômetros de fios e 4,5 mil torres que sustentam os cabos. Por três dias a Coluna tentou resposta da Eletronorte, em vão. Ontem à tarde, procurou Adhemar Palocci, diretor de Planejamento, no escritório, e não o encontrou.

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