Jornalista britânico diz que Rio de Janeiro “comprou” Olimpíadas de 2016

Famoso por denunciar irregularidades em entidades internacionais como a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e o Comitê Olímpico Internacional (COI), o jornalista britânico Andrew Jennings tem um novo alvo: ele acusa o Rio de Janeiro de ter “comprado” os Jogos Olímpicos de 2016 e ainda sugeriu protestos durante a realização do evento.
Crédito:Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Jornalista afirma que Brasil “comprou” Olimpíadas no Rio 2016
“Eu acredito que o Rio pagou para conseguir as Olimpíadas. Vocês não ganharam a competição por serem pessoas amáveis e bonitas, pela beleza do Rio de Janeiro ou porque chegou o momento de o evento ir para a América Latina”, disse Jennings em entrevista à Gazeta Esportiva.

O jornalista disse que João Havelange, então membro do COI e ex-presidente da Fifa, agiu de maneira ilícita ao levar as Olimpíadas para a capital fluminense em 2009. Ele cita uma foto, segundo ele registrada pouco antes do anúncio da sede em Copenhague, em que o dirigente brasileiro aparece ao lado de Jean Marie Weber, acusado de envolvimento em uma série de subornos da falida empresa de marketing ISL.
“O Havelange sabia que a investigação de corrupção estava se aproximando e pensou: ‘Vou deixar os brasileiros pensarem que são especiais por minha causa’. […] Não sei de onde o dinheiro veio, mas acredito que entrou no COI”, afirmou o jornalista.
Jenning participou da 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo (SP) para promover sua última obra, “Um jogo cada vez mais sujo”. Ele citou o golfe como um esporte sem tradição em Olimpíadas, e insinuou que a construção de um campo só para a modalidade é uma oportunidade para protestos.
“Existe uma estrada ao lado do campo de golfe. Imagine se, no primeiro dia de disputa, antes da tacada do melhor jogador do mundo, alguém soltar um fogo de artifício. Esse seria o protesto do povo contra esportes que não pratica, sem machucar ninguém”, afirmou.

O jornalista ainda comparou os Jogos Olímpicos com a Copa do Mundo, dizendo que, no Brasil, obras atrasadas, aumentos de orçamento e “empreiteiras felizes” são fatos que irão se repetir.

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