a nova roupa do delegado

Uma geração de policiais que usa o Facebook e a mídia como vitrine requenta o debate sobre a atual imagem dos profissionais de segurança pública

Do lado de fora, a Delegacia de Jaboatão dos Guararapes lembra uma antiga casa-grande transformada em consultório médico. Cravado no topo de uma elevação de pedra, o imóvel bem conservado tem varanda com pilares adornados que formam triângulos vazados. Ligado ao centro nervoso da cidade por uma escadaria, guarda em seu interior uma descompassada trilha sonora de boas-vindas. Numa antiga sala de estar que virou de espera, o som acolhedor de música clássica se mistura ao barulho estridente de uma impressora matricial, que vomita sem parar os boletins de ocorrência. Uma brinquedoteca com TV, Playstation 2, quatro cadeiras de lástico e uma mesa em tamanho infantil ocupa metade de um espaço enxuto que leva a um balcão com algum agente de prontidão. Uma corrente de ferro filtra o acesso ao restante da unidade policial, que também dispõe de uma sala de imprensa e um tipo de lounge acanhado nos fundos da casa, reservado ao descanso dos policiais.

Em um dos antigos quartos está o gabinete de Igor Leite, o delegado titular de apenas 30 anos, que aparece usando blazer preto, camisa escura, jeans e sapatênis. Fruto de uma safra de cerca de 220 aprovados no último concurso para o cargo, em 2006, ele vem dando o que falar depois que algumas postagens em seu perfil pessoal no Facebook requentaram um debate interno na Polícia Civil de Pernambuco sobre a imagem do policial em tempos poucos blindados de internet.

Depois de equipar com apetrechos domésticos o local de trabalho com o propósito de humanizar um ambiente naturalmente hostil, iniciou uma campanha com o mote “fale com seu delegado”, na qual espalhou na web o número seu próprio celular funcional para denúncias. Na rede social mantém, sem restrição de acesso, os perfis “Delegado Igor Leite” e “Igor Leite”, onde posta o resultado de operações policiais com o mesmo entusiasmo com que exibe imagens de calibre pessoal, a exemplo dos sushis devorados no almoço ou o carinho nos cães de estimação. Nas frentes online e telefônica, garante receber diariamente até mais de um dezena de informações importantes, inclusive croquis de foto por satélite com indicação de locais de tráfico, fotos de criminosos e até a imagem de um homicídio enviada antes da chegada da Polícia. “Eu fiz uma análise. É mais importante postar coisas pessoais ou ter um retorno profissional positivo? Para gerar uma relação de confiança, é preciso saber quem é aquele que está por trás do perfil: uma pessoa normal, que também tem seus momentos de lazer”, diz, num traquejo articulado de palestrante.

Igor leite, delegado de Jaboatão: “Para gerar uma relação de confiança, é preciso saber quem é aquele que está por trás do perfil: uma pessoa normal”.

Filho e irmão de médicos, morador de Boa Viagem, Igor era estudante de ciências biológicas na UFPE quando apaixonou-se por entomologia Forense, ramo científico de análise dos insetos que incidem nos cadáveres para obtenção de detalhes de crimes. “Foi aí que eu descobri a minha vocação para a área criminal. Eu já não queria só a ciência. Queria desvendar o crime.” Ainda estudante, procurou o único pesquisador brasileiro na especialidade e viajou para um curso com ele na Universidade de Campinas (Unicamp), onde ficou alguns meses e voltou com a monografia da graduação. Resolveu investir em concursos nas áreas de polícia e justiça, enquanto, paralelamente, frequentava o curso de direito em uma faculdade privada. Virou soldado da Polícia Militar, servidor do setor de inteligência do Ministério Público. Por fim, delegado da Polícia Civil de Pernambuco desde 2008.

Municiada pelas medidas que ele defende como certeiras para aproximar a segurança pública dos cerca de 200 mil habitantes do seu perímetro de atuação, a delegacia comandada por Igor foi a recordista em prisões em flagrante no primeiro semestre deste ano. O feito na Região Metropolitana do Recife, com 250 registros, lhe rendeu um elogio formal publicado no Diário Oficial. Em um único dia, diz ter prendido mais de cinco pessoas por tráfico a partir de uma informação repassada por mensagens privadas. “Quem é bem tratado tem todo o interesse de colaborar”, completa.

Minutos antes da entrevista, uma mulher visivelmente angustiada aparece para denunciar que um parente estava sendo ameaçado. “Ligue para o 190”, recomendou um escrivão, anotando o número em um pedaço de papel e entregando-o à queixosa, que ainda lhe deseja um resignado “fique com Deus”. A tarde de uma terça-feira prossegue com a chegada de uma dupla de PMs, que escolta um homem detido até a sala de ocorrências. Na saída, o suspeito, que aparenta ter mais de 60 anos, é empurrado por um dos policiais, e desacelera o passo para reclamar. Ao lado da brinquedoteca, leva um tapa nas costas e uns empurrões até a viatura da Patrulha do Bairro Jaboatão Centro, uma Tucson de placa PGA-8469 e numeração 330148. Questionado, o agressor apenas dá um tchau para a câmera.

Avisado pela reportagem sobre os dois episódios, o delegado conhecido por tornar público o seu telefone diz que, no caso do bilhete, “tudo depende da situação”. “Nós temos apenas três policiais lotados na rua. É impossível dar um resultado 100% de todos os casos. É feita uma análise. Tem situações que não são para a Polícia Civil. Ação imediata inicial cabe à Polícia Militar”. Sobre a agressão da PM nas dependências da delegacia, lamentou o fato de forma genérica, preferindo mirar a crítica na dificuldade de implantar uma nova filosofia de trabalho nas polícias.

“me chamam de doido”

Antonio Resende, 43, outro concursado da turma de 2006, é um delegado com jeitão de lutador de MMA e dono de um estilo marrento. “Eu tenho um perfil mais agressivo. Me chamam de doido”. Um dos pioneiros na utilização das mídias sociais para alardear prisões e operações, “desde o tempo do Orkut”, ele costuma antecipar as atividades no seu perfil pessoal no Facebook, onde marca as coletivas de imprensa sem consultar a equipe de comunicação da Polícia. Por conta própria, posta as “resenhas”, como chama os resumos da operações, e aguarda o contato online dos repórteres, sobretudo os produtores dos programas policiais de TV. Diz usar a imprensa “para combater bandido” e se rotula como um policial perseguido pelo sistema.

Está há pouco mais de um mês no comando da acanhada Delegacia de Escada, para onde afirma ter sido transferido depois de contrariar uma “ordem superior” em um inquérito envolvendo a demolição ilegal de casas populares no Complexo Portuário de Suape. “Pediram para devolver o inquérito. Falei que não ia devolver. Pelo contrário. Trabalhei até de madrugada, indiciei todo mundo, inclusive o mandante – um coronel aposentado que era chefe da segurança do porto – e chamei a imprensa no dia seguinte”.

Usando um paletó que lhe cai com dificuldade, recorda com orgulho dos dois anos em que esteve à frente da Delegacia do Cabo de Santo Agostinho, onde informa ter reduzido os homicídios priorizando o combate ao tráfico por meio de um modelo que ele chama de tripé repressivo, preventivo e midiático. No terceiro e último item, diz ter pressionado, via imprensa, a retirada dos celulares dos cabeças do tráfico na cidade, que continuavam comandando o crime dentro dos presídios. Em junho do ano passado, chamou, numa entrevista a um programa policial, o Presídio Aníbal Bruno de escritório organizado do tráfico. “Quando o sistema ia me esmagar, quem me salvou foi a sociedade e a imprensa. Eu sou provocador. Assumo isso. Provoco o bandido, a milícia e o político corrupto. Falo o que tem que ser dito. Sei que você se expõe, traz um problema do estado, mas você consegue seu objetivo, que é a redução de crimes depois que você desafia ele”, diz Antonio, que, paradoxalmente, conta o milagre sem evocar o santo. Das três esferas inimigas, citou apenas os nomes dos traficantes que prendeu, evitando nomear a fatia graúda dos milicianos, políticos ou mesmo o dono do distintivo “superior” que teria ordenado sua transferência do Cabo.

Antonio Resende, 43, alardeia suas prisões e operações nas redes sociais desde os tempos do Orkut: “Sou provocador. Assumo isso”.

Resende tem quase 9 mil amigos e seguidores, “fora os 1,8 mil da fan page”. Costuma encerrar as conversas no chat com um jargão crivado de marketing: “Força e honra, esse é meu lema”. O delegado é noivo da cantora Michelle Melo, diva da música brega em Pernambuco, com quem planeja ter um filho. É evangélico, avesso a farras e a bebidas alcoólicas.

As estatísticas de violência computadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS) são divididas entre siglas e cores. Os homicídios estão inseridos no CVLI (Crimes Violentos Letais Intencionais), que também agrega os latrocínios – roubos seguidos de morte. Todos os números e percentuais das áreas de segurança delimitadas pelo governo são marcados por cores – do vermelho ao verde – que evidenciam pioras ou melhoras. Uma planilha repassada pelo próprio delegado indica que a área do Cabo apresenta oscilações entre 2007 e a primeira metade deste ano.

Em 2012, ano em que Resende trabalhava no Cabo, 209 casos fatais foram registrados no seu raio burocrático, que inclui parte de delegacias vizinhas, como a de Ipojuca. Nessa região, foram registrados 22 casos no mês anterior à crítica do delegado aos presídios do estado. “No mês seguinte, quando os traficantes foram transferidos para prisão de segurança máxima, tivemos apenas oito mortes. Nenhum na minha área”. Até o fechamento desta edição, a assessoria de comunicação da SDS não tinha respondido o pedido de dados do desempenho de todos os delegados citados na reportagem. Os quatro traficantes do Cabo presos pelo ex-delegado da cidade voltaram ao Presídio Aníbal Bruno. “E todos eles querem me matar”, completa Resende, que, antes de chegar em casa, no Recife, consulta através de um aplicativo no celular as imagens das oito câmeras de segurança.

o que pode ser dito

Silvia Renata Vila Nova, diretora da associação estadual dos delegados (Adeppe) e vice-presidente regional da principal entidade da categoria (Adepol), aponta o estatuto que rege a conduta dos policiais no estado como um vilão caduco: “A normatização atual não acompanhou a democracia. O Estatuto da Polícia Civil é da década de 1970, no ápice na ditadura militar. Há, por exemplo, um dispositivo que proíbe declarações de delegados que ponham em risco a segurança nacional. Algo anacrônico e subjetivo”. Vila Nova afirma que foi com base nesse princípio que o delegado de Jaboatão foi chamado a prestar esclarecimentos na Corregedoria da SDS depois de criticar na internet a redução no efetivo do plantão. “Ele fez uma reflexão de algo que já tinha sido publicado no Diário Oficial. Não era nada que tramitava em segredo de Justiça ou que atrapalhasse uma investigação. Escreveu aquilo visando melhorar a própria estrutura de trabalho”, defende, mirando em outro dilema: “Como se aproximar da população sem que seja de forma pessoal, como Igor fez? A própria Polícia trava isso”.

Igor Leite fala do episódio com mágoa. “Fui vítima de censura dentro da instituição. Quando a SDS retirou dois agentes (dos quatro que existiam) e deixou o plantão sem condições de atuar numa emergência, eu falei no Facebook e gerou repercussão. Como profissional da segurança pública e cidadão, eu tenho obrigação de discutir determinados aspectos. Segurança pública é discutida pela Seplag (Secretaria de Planejamento de Pernambuco) e por políticos, mas vejo muito pouca participação de profissionais da segurança nesses debates”.

A delegada e dirigente da Adeppe cobra uma mudança consensual da cartilha da profissão através da criação de uma Lei Orgância da Polícia Civil, desde que seja discutida com ampla participação da categoria. “Precisamos de conceitos que dialoguem com a comunidade e com os novos formatos de comunicação. Também temos que ter mais autonomia e menos reverência à classe política”, aponta ela, que entrevistou 20% dos delegados na ativa para sua pesquisa de mestrado em sociologia pela UFPE sobre a imagem que os colegas têm de si mesmos. “Dizemos que você pode ser o melhor delegado do mundo, mas se estiver na delegacia de uma cidade pequena e não souber divulgar seu trabalho, não vai a lugar nenhum”, completa ela, sugerindo critérios objetivos de atuação interna que desconsiderem exposição na mídia como indicador. Em outubro, a Adeppe entregou uma tabela de pontuação que considera, em escalas diferentes, uma palestra ou a conclusão de um inquérito como itens de promoção.

Wilson Damázio, secretário de Defesa Social de Pernambuco e ex-delegado da Polícia Federal, está habituado aos holofotes. É nesse quesito que lança suspeita de falta de bom senso. “A orientação é sintonia com a comunidade. Alguns querem aparecer. Pedimos que se manifestem quando aquilo acrescente provas. E não para dizer que é atuante”.

O gestor defende a atualização no quadro de normas dos delegados através de novas portarias, mas não estipula prazos, alegando que estaria contrariando a autonomia da Polícia Civil. Desafiado a opinar sobre a reprimenda ao delegado de Jaboatão, o secretário manteve a guarda fechada: “Crítica pública é infração disciplinar. Isso expõe a administração. Poderia enviar uma circular interna relatando o problema. Se o chefe tira um agente do plantão, considerou que precisa mais dele em outro lugar. A polícia precisa ser vista como um todo”. Sem citar nomes, acena com um afago dúbio: “São excelentes policiais, mas existe um estatuto a ser cumprido. Ou então o estatuto está velho”. Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco diz que vem elaborando um manual sobre o uso das redes sociais. A direção informou que considera importante a divulgação de ações que aproxime a comunidade, mas passa ao largo de possíveis alterações nas normas.

o perigo das aparências

A nova geração de delegados também conta com uma ala mais discreta no trato com a própria imagem. Mesmo entre aqueles acostumados a câmeras, há quem considere arriscado misturar identidade e distintivo. Paulo Coelho Dias, 37 anos, delegado titular de Rio Doce, em Olinda, tem pouquíssimos indícios no visual de alguém que passou boa parte da vida profissional no mundo das artes. Exceto pela barba e a pulseira de couro, a indumentária é típica de policial: camisa social preta, jeans e óculos escuros.

Ainda adolescente, integrou durante seis anos, dentro do tradicional Colégio Santa Maria, em Boa Viagem, um grupo de danças afro e popular. Estudou direito em duas faculdades privadas e, já no final do curso, voltou a dançar, desta vez no Grupo Experimental, uma companhia profissional dedicada à escola contemporânea. Entre 2001 e 2005, pagava as contas com a grana das apresentações até ser convidado a atuar no longa-metragem Amigos de risco, do cineasta Daniel Bandeira, com quem já tinha feito um teste para um curta-metragem. Na ficção ambientada numa noitada errante de três amigos no Recife, contracenou com atores do quilate de Irandhir Santos. “Fiz o filme e depois a coisa toda parou. Com o ligamento do joelho rompido, a dança foi vetada”. Voltou a estudar e prestou uma infinidade de concursos até virar delegado, em agosto de 2008. Espírita, devoto de São Jorge, de quem guarda uma imagem no seu gabinete, Paulo pratica dois tipos de yoga; a ashtanga (mais desgastante) e a dinâmica.

Paulo Coelho Dias, 37, acredita que a divulgação pelos meios certos é algo importante: “É preciso cuidado com o culto à vaidade”.

Tem uma conversa arrastada e um cuidado compreensível com cada palavra ejetada. “Meu trabalho é uma coisa. Minha vida particular é outra. Na minha cabeça, não se deve misturar as duas coisas. Divulgação de trabalho é importante. Divulgação pelos meios certos, com a imprensa certa. Outra coisa é o culto à vaidade. Não é bacana”, diz, lembrando que “em hipótese alguma” posta conteúdo policial em seu perfil no Facebook, restrito a amigos e conhecidos. Responsável por um perímetro que engloba quatro bairros (Rio Doce, Jardim Atlântico, Bairro O Novo e Casa Caiada), lida diariamente com tráfico, assaltos, roubos, furtos, confusões de bairro e outros casos que deságuam em “inúmeros” procedimentos pendentes, que calcula na casa de centenas. “Aqui na Polícia, eu vou ser Durango Kid; e na rua, vou ser eu? Não. Eu sou essa pessoa que você está vendo. Se você me encontrar na rua, vou te cumprimentar com o mesmo tom de voz”.

Falar com alguém na rua é algo surpreendentemente constrangedor a Gleide Angelo, 47 anos, delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Investigadora de casos complexos, a exemplo do inquérito que desvendou o assassinato da alemã Jennifer Kloker, a policial de cabelos vermelhos costuma ser abordada por gente que nunca viu. O tratamento é quase de uma personalidade pop, com direito a pedidos de fotos e comentários pouco discretos sobre a roupa colorida. “Fui fazer feira ontem e um senhora se aproximou pra dizer que a filha dela tinha pintado os cabelos na mesma cor dos meus”.

Gleide diz que a diversidade pouco convencional do guarda-roupa costuma ser confundida com sua postura profissional, algo que ela trata de separar quando fala em nome da polícia. Diz ser, a rigor, careta na gestão de sua própria imagem institucional. “Tem que ter bom senso. Não é a cor que define: é o todo, o estilo. É o modelo da roupa que define. Se eu vou ao fórum, vou mais adequada, é uma questão de respeito. A formalidade tem que existir, e ela vai do sapato ao cabelo”, diz. Em sua sala no DHPP, Gleide guarda um colchão inflável para os plantões, tem cortinas azuis nas janelas, um tapete persa falso e um quadro de paisagem kitsch, que divide a parede com um banner com o emblema da Polícia Civil. “Eu já nasci assim”.

Responsável pela unidade de investigação de pessoas desaparecidas, a delegada encontrou nas redes sociais uma plataforma de busca preciosa. “A melhor forma de localizar alguém é divulgando a imagem dela. Peço autorização da família e coloco no Facebook. É uma ferramenta muito poderosa de alcance e velocidade de informação. A gente tem que usar de uma forma que ajude a polícia. Meus problemas deixo com quem pode resolver”. De resto, a linha do tempo é preenchida por piadas, mensagens religiosas e “muita besteira”. “É um perfil pessoal, mas Gleide ali não deixa de ser delegada. As pessoas que não me conhecem me chamam de doutora. Existe uma distância”.

Ela é contra qualquer medida de padronização estética na Polícia, muito menos da ideia de tornar o comportamento dos delegados mais homogêneo diante da sociedade. “As pessoas são diferentes. Cada um tem sua forma de trabalhar, sua personalidade. Ninguém vai conseguir mudar isso. Defendo o que a Constituição diz, que é o livre direito de expressão. Cada um tem que saber até onde deve ir e assumir o risco, desde que não cometa crime”.

Wilson Damázio defende que “se vestir bem faz parte da liturgia do novo delegado, com camisa preta e distintivo, ou um terno, asseado, com cabelo cortado”. E cabelos vermelhos? “Ela é mulher. Faz parte do figurino. Ela acha… (pergunta a uma assessora o tom do cabelo da delegada). É um ruivo acentuado”, chutou o secretário. Gleide diz que a tonalidade está anotada na agenda do salão de beleza frequenta semanalmente: “Adoro vermelho. Cabelo preto envelhece”.

Gleide Angelo, do DHPP, é contra qualquer medida de padronização do visual e de comportamento homogêneo para delegados: “As pessoas são diferentes”.

André Duarte (texto)
Alcione Ferreira e Benardo Dantas (fotos)

fonte:revistaAurora/DP

*Wilson Damázio, então secretário Defesa Social, deixou o cargo na última quinta-feira (19), um dia após o fechamento desta edição. Ele pediu exoneração depois da repercussão negativa de uma entrevista concedida por ele ao Jornal do Commercio. O governador Eduardo Campos aceitou o pedido de demissão.

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