O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos principais aliados da ex-senadora Marina Silva, subiu o tom nesta sexta-feira (4), em texto publicado em seu blog, fazendo ataques ao jogo político da colega. As informações são da Folha de S. Paulo.
De acordo com o verde, Marina tem “limitações como todos”, “às vezes falha como operadora política” e “reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes”.
As críticas surgem um dia após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, que é capitaneado pela ex-senadora e que ela tentava viabilizar para se candidatar à Presidência da República no próximo ano.
Depois do julgamento do TSE, nesta quinta-feira (3), Sirkis foi um dos 20 companheiros que se reuniram durante a madrugada com Marina que precisa confirmar até este sábado se estará filiada a um partido político para disputar as próximas eleições.
Segundo a publicação, relatos dão conta de que o deputado e Marina protagonizaram um bate-boca. Ele reclamou que a ex-senadora estava pensando apenas nela, esquecendo dos companheiros, em especial aqueles com mandatos
Apesar das críticas, ele ressaltou qualidades pessoais da ex-senadora. “Marina é uma extraordinária líder popular, profundamente dedicada a uma causa da qual compartilhamos e certamente a pessoa no País que melhor projeta o discurso da sustentabilidade, da ética e da justiça socioambiental”, disse.
Para o parlamentar, o grupo da ex-senadora “deu mole” ao não perceber que não teria condições para se viabilizar para 2014. Ele ainda alfinetou Marina abordando questões religiosas – ela é evangélica.
“Para mim não foi surpresa alguma, nunca foi uma questão de fé – Deus não joga nesta liga – mas de lucidez e conhecimento baseado na experiência pregressa. Eu tinha certeza absoluta que se não tivéssemos uma a uma as assinaturas certificadas, carimbadas, validadas pela repartição cartórios de zonas eleitorais, íamos levar bomba”, afirmou.
Além disso, o congressista criticou o fato de ela ter saído do PV depois de conquistar quase 20 milhões de votos.
Ainda segundo a publicação, Sirkis direcionou também ataques ao TSE que rejeitou o novo partido de Marina por não ter atingido o número mínimo de assinaturas de 492 mil assinaturas exigidos por lei. Para o tribunal, faltaram cerca de 50 mil adesões.
“O Brasil da secular burocracia pombalina, do corporativismo estreito e da hipocrisia político cartorial falou pela voz da maioria esmagadora do tribunal. A ministra relatora (Laurita Vaz) fez uma defesa quase sindicalista de seus cartórios de sua ‘lisura’”, disse.
Sirkis também acusou o tribunal de corporativista. Além disso, o deputado ainda reconheceu os riscos de declarações duras. “Minha tendência ao ‘sincericidio’ é compulsiva e patológica. Nesse sentido não sou um ‘bom político’. Desculpem o mau jeito”, afirmou.