O sonho da publicitária Tathiana Ostorero, 31, sempre foi comprar uma casa com jardim. Assim, quando ela e o marido, com medo da violência, optaram por partamento, procuraram uma forma de se manterem próximos à natureza.Com a ajuda de uma paisagista, Ostorero montou um jardim vertical na varanda de seu apartamento, no Campo Belo, zona sul de São Paulo.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Tathiana Ostorero fez um jardim vertical em seu apartamento, tendência de sustentabilidade para locais com pouco espaço |
O projeto permite dispor vasos e plantas em espaços pequenos, apoiados nas paredes. “Eu cresci em fazenda, sempre fui muito ligada a planta, mato, bicho”, afirma a publicitária.Desde então, cuidar do pequeno jardim tornou-se seu “hobbie” e a varanda do apartamento passou a ser um dos cômodos onde ela e o marido passam mais tempo.O caso de Ostorero enquadra-se em uma nova tendência de projetos residenciais, que é a da busca de mais qualidade de vida no lar, afirma o paisagista Benedito Abbud.INTIMISTA“A gente procura fazer locais mais intimistas”, diz Abbud. A ideia é criar espaços de convivência, estimulando conversas entre os membros de uma família, por exemplo. Mas também salas reservadas, que permitam um tempo de meditação ou reflexão pessoal.”O ambiente ficou mais saudável. Traz um ar diferente, uma proximidade do mato”, diz Ostorero.TEMPERATURASA paisagista Patrícia Maia, autora do projeto, afirma que o jardim vertical também melhora o conforto térmico do ambiente. A concepção do projeto foi feita para ambientes menores, cada vez mais comuns nos centros urbanos.A instalação de um metro quadrado desse tipo de jardim sai por volta de R$ 150 na capital paulista.Já Abbud, em seus projetos, procura utilizar espécies nativas e frutíferas, para atrair pássaros. No Rio, foi responsável pelo paisagismo do condomínio Cidade Jardim, na Barra da Tijuca, que tem praças e ruas arborizadas e um cinturão verde que envolve o empreendimento. Além disso, a água da chuva é armazenada e reaproveitada para regar plantas.CUIDADOSMilton Figueiredo, presidente do grupo Sustentax, consultoria em sustentabilidade em construções, afirma que o empreendimento deve observar os custos operacionais desse tipo de ação.Muitas vezes, afirma Figueiredo, a manutenção dos equipamentos –como painéis de energia solar– é cara e eles acabam sendo desligados, o que representa uma perda do investimento feito.O problema, de acordo com o especialista, ocorre porque a administração de prédios residenciais não costuma ser profissionalizada e não está preparada para fazer o planejamento financeiro desses projetos.Figueiredo diz que só há benefícios se os projetos forem mantidos adequadamente ao longo do tempo.
fonte:folhapress