Entrevista Ferreira Gullar e Boni no Conexão

O Conexão Roberto D´Avila reúne, esta semana, entrevistas marcantes para um programa especial durante a Semana do Proibido, da TV Brasil, que traz momentos relembrados, respectivamente, por Ferreira Gullar e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Além destes depoimentos, o programa também apresenta trechos de entrevistas com personalidades que sofreram com a censura e proibições, como Celso Furtado, Gilberto Gil, Augusto Boal, Agildo Ribeiro, João Bosco, Darcy Ribeiro, Fernando Gabeira, Plínio Marcos, Milton Santos, Fernando Barbosa Lima, Silvio Tendler, Gianfrancesco Guarnieri, Ricardo Kotscho, Jorge Mautner e Daniel Cohn-Bendit, entre outros.

Boni fala a respeito da censura da novela Roque SanteiroBoni fala a respeito da censura da novela Roque SanteiroBastidores da novela Roque Santeiro, em 1975. Com 20 capítulos já gravados e elenco com as principais estrelas da TV Globo, além de chamadas no ar, chega o dia da estreia, cercada de grande expectativa. Afinal, a novela era de autoria de Dias Gomes que, dois anos antes, escrevera O Bem Amado, a primeira novela a cores produzida no Brasil e que foi um enorme sucesso. Com tudo pronto, a poucas horas da estreia, uma comunicado da censura proibiu a sua veiculação e nada podia ser feito a respeito. Em vez da nova novela, os espectadores foram surpreendidos com um sóbrio editorial, assinado por Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, informando e repudiando, até onde era possível, a ação da censura.

 

 

 

Ferreira Gullar comenta a gravação do seu "Poema Sujo"Ferreira Gullar comenta a gravação do seu “Poema Sujo”

 

 

 

 

Buenos Aires, 1975. Casa do teatrólogo Augusto Boal. Vários amigos reunidos em torno do poeta Ferreira Gullar, que recitava seu mais importante poema, escrito no exílio: o “Poema Sujo“. Entre os presentes, o poetinha Vinicius de Moraes, que, encantado com o que ouvia, pediu para que Boal promovesse outro encontro daqueles, quando, com seu gravador em punho, acabou registrando toda obra na voz de Gullar. A gravação foi trazida ao Brasil por Vinicius, que promoveu, clandestinamente, rodas de intelectuais e amigos para ouvir aquele poema que já nascera proibido e que assim ficaria até a abertura política. Mas que, graças à “ação guerrilheira” do poetinha, rompeu os grilhões da censura antes dela terminar, muito tempo depois.

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