247 – Um eventual acordo entre PSDB e PSB, num possível segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff, já tem sua moeda de troca. Trata-se do fim da reeleição, uma ideia levantada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). O político mineiro propôs a medida, somada à mudança dos mandatos presidenciais de quatro para cinco anos. Por trás disso, há um grande acordo sendo costurado com o governador pernambucano Eduardo Campos, do PSB. Caso um dos dois se torne presidente em 2014, apoiará o outro em 2019. Assim, com esse compromisso, um garantiria o apoio do outro no segundo turno.
O risco já foi captado pelo PT e pelo PMDB, como uma ameaça real, capaz de quebrar a hegemonia dos dois partidos no governo federal. A esse respeito, Vera Margalhães, do Painel, publicou as seguintes notas:
Subtexto 1 A defesa que Aécio Neves fez do mandato de cinco anos sem reeleição, de pronto subscrita por Eduardo Campos, é vista por petistas e peemedebistas como a senha para acordo entre os dois em eventual segundo turno contra Dilma.
Subtexto 2 Como são políticos da mesma geração, Aécio e o governador de Pernambuco estariam, assim, demonstrando disposição de que, se um deles for eleito num pacto PSDB-PSB, cederá espaço ao outro em 2018.
Nesse mesmo contexto, lideranças do PSDB, como o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, têm feito de tudo para estimular a candidatura de Eduardo Campos. Segundo ele, “acabou a reserva de mercado do PT” na eleição presidencial de 2014. O tucano também disse ontem, na convenção do PSDB em Pernambuco, que a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ao Palácio do Planalto, é saudável. “Sua candidatura é boa para a democracia. Ele vem levantando sinceras dúvidas sobre muitos dos aspectos do atual governo”, afirmou.
Nas últimas eleições municipais, PSDB e PSB também testaram alianças em vários municípios importantes, como Belo Horizonte e Campinas, onde venceram, e Curitiba, onde foram derrotados.