Irmãos Koch voltam foco para jornais impressos

Industriais conservadores estudam fazer oferta para adquirir oito jornais americanos

Três anos atrás, Charles e David Koch, industriais bilionários e simpatizantes de causas libertárias, realizaram um seminário reunindo seus pares, em sua maioria ricos doadores políticos. O evento se deu no St. Regis Resort em Aspen, no Colorado. Eles estabeleceram uma estratégia para os próximos dez anos, atuando em três frentes, com a meta de diminuir o tamanho do governo, com menos regulamentação e impostos.

As duas primeiras partes da estratégia — educar as bases militantes e influenciar na política — não foram surpreendentes, dado o dinheiro que eles têm dado aos institutos políticos e grupos de ação política. Mas a terceira surpreendeu: mídia.

Além de financiar algumas publicações libertárias marginais, os Kochs vinham basicamente evitando investimentos em mídia. Agora, no entanto, a Koch Industries — crescente empresa privada onde Charles G. Koch serve como chairman e executivo-chefe — está explorando realizar uma oferta para comprar oito jornais regionais da Tribune Company, incluindo o “Los Angeles Times”, “The Chicago Tribune”, “The Baltimore Sun”, “The Orlando Sentinel” e “The Hartford Courant”.

No início de maio, a Tribune Company deverá enviar os dados financeiros para pretendentes sérios no que será uma das maiores vendas de jornais em circulação no país. A Koch Industries está entre os interessados, disseram várias pessoas com conhecimento direto da venda, que falaram sob a condição de não ser identificadas. A Tribune saiu de concordata em 31 de dezembro e já contratou o JPMorgan Chase e Evercore Partners para vender seus veículos impressos.

Os jornais, no valor de cerca de US$ 623 milhões, seriam um negócio financeiramente “pequeno” da Koch Industries, conglomerado de energia e de fabricação com base em Wichita, no estado americano do Kansas, com receita anual de cerca de US$ 115 bilhões.

Politicamente, no entanto, os jornais poderiam servir como uma plataforma mais abrangente para os ideais laissez-faire dos Kochs. O “Los Angeles Times” é o quarto maior jornal do país, e o “Tribune” é o nono. Outros estão em vários estados decisivos dos EUA, incluindo dois dos maiores jornais da Flórida, “The Orlando Sentinel” e “The Sun Sentinel”, em Fort Lauderdale. Um acordo poderia incluir o “Hoy”, segundo maior jornal diário de língua espanhola, que fala para o grupo demográfico hispânico, que representa um pivô na cena política americana.

fonte:oglobo

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