A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entidade com três mil associados, atravessa um momento de séria crise política e financeira. Centenária, a entidade completou 105 anos de fundação em 07 de abril, “Dia do Jornalista”.
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Mauricio Azêdo, presidente da ABI, é acusado de má gestão pela oposição
No próximo dia 26 de abril, acontece a eleição para presidência, diretoria e conselhos da instituição, mas a mesma pode ser anulada pela Justiça. O atual presidente da ABI, Maurício Azêdo, na terceira gestão e encabeça chapa para um novo mandato de três anos, está “em guerra” com a chapa de oposição, liderada pelo jornalista Domingos Meirelles, atual diretor financeiro da entidade, informa o o jornal O Globo.
Acusações
A oposição entrou na Justiça pleiteando a anulação das eleições, alegando que o presidente fez manobras irregulares para impedir o registro da chapa adversária, batizada de “Vladimir Herzog”.
Em sua defesa, Azêdo diz que alguns membros da chapa estão inadimplentes (o que impede o registro), e que outros integrantes não são filiados à ABI.
Paulo Jerônimo, o Pajê, que integra a oposição, afirmou que Azêdo deu férias ao tesoureiro para impedir que os associados pagassem os valores em atraso e concedeu anistia de mensalidades em atraso para alguns membros da sua chapa, batizada de “Prudente de Morais Neto”, e pago do próprio bolso uma parte da dívida.
Azêdo rebateu as acusações e ressaltou que o estatuto da ABI não permite o registro de uma chapa com membros inadimplentes. “Eles recorrem à Justiça para conseguir a violação do estatuto. Querem entrar arrombando as portas da ABI”, afirmou . Ele disse ter sido traído por Meirelles, a quem chamou de vaidoso e o acusou de querer chegar a qualquer custo à presidência da Casa.
Estrutura
Um laudo elaborado em 2012 sobre o prédio da ABI, de 13 andares, aponta graves problemas, incluindo os sistemas hidráulico e elétrico e de elevadores, o que comprovaria a má administração.
Além desses problemas, a instituição passa por uma crise financeira, que culminou com a penhora de duas lojas e dos 2º, 11º e 13º andares do prédio, no Centro do Rio, devido uma dívida de R$ 3.238 milhões de contribuição previdenciária. Em 2003, a ABI perdeu o status de entidade de assistência social, o que garantia a isenção do tributo.
Azêdo, no entanto, garantiu que os advogados da ABI provaram que os valores estão incorretos e baixaram a dívida para R$ 1.606 milhão. Segundo ele, os bens penhorados estão muito acima do valor da dívida. A oposição insiste que há outras dívidas ocultadas pelo presidente, que nega.