Neste dia, 22 de março, festejaremos de modo diferente a Água e sua Preservação.
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Quase dois em cada dez litros de água doce explorável no mundo estão em território nacional – de acordo com a Agência Nacional de Águas -, mas nem por isso os brasileiros podem achar que estão livres do desafio de evitar a escassez que bate a porta da humanidade neste início de milênio. Relatório das Nações Unidas para o Dia Mundial da Água celebrado nesta sexta-feira informa que 780 milhões de pessoas no planeta não têm acesso à água limpa e a rede de esgoto não chega para 2,5 bilhões de pessoas, conta que o Brasil tem sua contribuição. Segundo especialistas, o acesso ao saneamento é um problema que se arrasta do século passado e será um obstáculo a se juntar com a nova agenda, a das mudanças climáticas.
De acordo com o relatório da ONU, entre seis e oito milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo por causa de desastres e doenças relacionadas à água. A competição pelo uso do recurso dentro dos países predomina desde 1990, segundo o mesmo documento. Neste período, houve mais de 120 mil disputas pela água apenas no território chinês, por motivos que vão de construção de represas à deterioração da qualidade da água por poluentes.
No mundo 148 países tem rios que atravessam fronteiras, o que torna mais desafiador a arbitragem sobre o uso da água. No Brasil, Marcos Thadeu Abicalil, especialista sênior em água e saneamento do Banco Mundial, conflitos de interesse pelo uso de mananciais também existem. Em Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul já houve precedente de disputa entre a agroindústria e consumidores domésticos. Um quilo de carne bovina precisa de 15 mil litros de água para existir, um quilo de arroz exige outros 3.500 litros, segundo a ONU. O mesmo relatório informa que 70% da água doce consumida pelo homem vai para a agricultura. Não bastasse isso, a humanidade vai precisar aumentar a produção de comida em outros 70% para alimentar até 10 bilhões de terráqueos em 2050.
O país é um só, mas cada região tem seus desafios. No Norte do país, a pressão é pelo uso do potencial hídrico da Bacia Amazônica para geração de eletricidade. No Centro-Oeste, a expansão da fronteira agrícola pode impor uma necessidade ainda maior por água. No Nordeste, a necessidade é melhorar a infraestrutura que resolva os problemas da seca do semiárido. Nas regiões Sul e Sudeste, o problema é a poluição e ocupação demográfica e industrial de mananciais próximos de grandes cidades, cuja demanda por água não tem perspectiva de redução. A pressão de consumo e poluição que São Paulo exerce sobre a bacia do Rio Paraíba do Sul causa reflexos no lado do Sudeste.
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