Famílias despejadas de Ipojuca vivem dias de tristeza Quem não tem para onde ir ficou instalado no ginásio municipal, sem estrutura básica

 / Foto: Guga Matos/JC Imagem

Foto: Guga Matos/JC Imagem

Um dia depois do início da reintegração de posse de um terreno às margens da estrada que liga Porto de Galinhas a Maracaípe, em Ipojuca, no Grande Recife, o sentimento dos moradores era de tristeza e silêncio. Ontem, algumas famílias da Vila do Campo, que tiveram suas casas destruídas, começaram a chegar no Clube Municipal. O ginásio foi disponibilizado pela prefeitura, até que as famílias possam ir para outro lugar.

Apesar de ser colocado à disposição, o ginásio deve ficar pequeno para o número de pessoas que começaram a se alojar no prédio. Muita gente levou tudo que sobrou com a destruição das casas. Até os restos dos próprios imóveis, como telhas e cercas. São centenas de móveis e objetos servindo também para demarcar o espaço de cada família na quadra.

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A dona de casa Severina do Carmo dos Santos, 45 anos, não para de chorar. Num misto de tristeza e revolta, ela mostrou o que sobrou da casa onde morava há dez anos. “Apenas isso, meu filho. Os cadeados e as chaves. Nada mais”, contou.

O filho dela, o pequeno Mateus, 6 anos, com o olho fixo numa pequena TV, ainda não entendeu o que aconteceu. “Mainha, vamos voltar para nossa casa. Por que tiraram a gente de lá?”, indagou. A dúvida de Mateus é também a da maioria das pessoas que vivia na comunidade. Debora Teresa Barbosa, 19, morou na Vila do Campo durante sete anos.

Apenas 20 casas não foram demolidas do terreno de 103 hectares. São famílias que chegaram ao local há mais de 25 anos e mantém um processo na Justiça. A Prefeitura do Ipojuca explicou que o uso do ginásio municipal foi o único comprometimento do governo municipal com a ação de reintegração de posse.

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fonte:jc

 

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