Foto: reprodução da internet
Alunos da Escola Municipal de Arte João Pernambuco, na Várzea, Zona Oeste do Recife, temem que a unidade feche as portas. O medo do fim das atividades surgiu desde a mudança de gestão na Prefeitura. Logo após a posse do novo prefeito, houve redução no quadro de estagiários. Para piorar, passou a circular a informação de que a unidade estaria com futuro incerto. Deixaria de ser gerenciada pela Secretaria de Educação e passaria a ficar sob a coordenação da Secretaria da Juventude e Qualificação Profissional. Algumas ações desenvolvidas sofreriam cortes.
Diante disso, alunos criaram um abaixo-assinado virtual, para tentar evitar maiores problemas. O documento ganhou as redes sociais, recolhendo, até agora, 4.330 nomes. Em resposta ao movimento dos estudantes, a Secretaria de Educação afirmou que o espaço continuará funcionando. Só preferiu não informar como será a gestão em caso de mudança, conforme o planejado pela prefeitura.
O medo da mudança de gestão ganhou força quando a prefeitura disponibilizou o organograma das unidades profissionalizantes sob responsabilidade da Secretaria de Educação. A João Pernambuco não constava na lista da gerência responsável pelas 17 escolas desse tipo no Recife. A gerência, entretanto, informou, por nota, que houve um equívoco. “O último gerente do setor (Gerência de Ensino Profissionalizante) foi exonerado no mês de fevereiro, mas a nomeação do próximo gerente está sendo providenciada.”
Como se não bastasse, a comunidade acadêmica passou a ter medo de corte orçamentário. Todos os anos, a prefeitura libera recursos para obras e reparos. Mas, em 2013, ainda não houve depósito. Diante desse problema, a Secretaria de Educação informou que os consertos necessários serão feitos ainda este semestre, assim como as 320 escolas da rede municipal de ensino.
Outro fato é que a escola, com um total de 1.700 alunos, funcionava, em três turnos, com 23 professores e 40 estagiários. Mas desde o começo do ano, a João Pernambuco não recebeu permissão para fazer novas contratações, diminuindo o número de estagiários para 10.
No último dia 4, um ofício foi entregue à instituição, informando sobre a possibilidade de a unidade de ensino fazer parte da Secretaria de Juventude e Qualificação Profissional. O medo deles é que a escola perca a identidade, construída ao longo dos últimos 22 anos, desde que foi criada. O local recebe adolescentes, a partir de 14 anos, até idosos que têm disposição para frequentar as aulas, independentemente da idade. Isso, de acordo com os gestores, poderia acabar, já que a secretaria traz no próprio nome o seu público-alvo: “juventude”.
Além de tudo, existe a possibilidade de saída de professores. Muito, tomados pela dúvida de como será a administração da unidade, podem pedir transferência para outras instituições. No ofício enviado aos gestores da João Pernambuco consta a informação de que eles podem escolher onde querem ser lotados, caso haja a mudança.
A João Pernambuco tem laboratório de informática, teatro, biblioteca, três salas de dança, 16 cabines para estudo individual de instrumentos e cinco salas convencionais de aula.fonte:jornalcommercio