No Nordeste, a chuva que começa a chegar ao litoral, ainda é raridade no sertão. Milhares de famílias ainda enfrentam uma seca prolongada.
Em Fortaleza, quase uma semana com chuvas diárias. Mas 70 quilômetros sertão adentro, o cenário é outro. Sem chuva em 2012 e, por enquanto, também em 2013, comunidades já estão há um ano e meio sendo abastecidas exclusivamente por caminhão-pipa e continuam em situação de emergência.
Segundo o Ministério da Integração Nacional, 1.342 municípios estão em situação de emergência no semiárido. São mais de dez milhões de pessoas atingidas. “Só a água do carro não vai resolver a situação”, lamenta uma mulher.
“Nos outros anos, quando chega uma época desta, a gente está com a nossa cisterna cheia porque cai água da chuva e a gente consegue pegar”, conta João Carlos Farias, agricultor.
Imagens de satélite mostram que as nuvens estão estacionadas sobre o litoral. Por isso, em alguma regiões, a chuva está 50% abaixo da média. “Todas as regiões do Ceará se encontram ainda abaixo da média”, explica Cláudia Rickes, meteorologista.
O reflexo da falta de chuva está nos açudes. No Ceará, o volume não chega à metade da capacidade. Uma situação que não muda nem com os R$ 5 bilhões que o Governo Federalinvestiu em combate à seca no último ano.
Parte dos recursos foi para a contratação de mais de quatro mil carros-pipa, mas o problema é onde captar água para abastecer as comunidades.
“Está muito pior. Ano passado os dois açudes que eu tinha estavam cheios no mês de janeiro. Esse ano não pegou nenhuma gota d’água ainda”, lamenta José Pequeno de Oliveira, criador.