CPI do Tráfico de Pessoas vai ouvir casal preso em Salvador pela Polícia Federal

Na primeira reunião depois do recesso parlamentar, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara que investiga o tráfico de pessoas definiu um cronograma de viagens e votou requerimentos de convocação. Entre os documentos aprovados nesta terça-feira (5) está o que pede a convocação de Denílson Pereira Reis e Elizânia Evangelista. A dupla, presa em Salvador pela Operação Planeta da Polícia Federal na quarta-feira (30), é acusada de aliciar brasileiras para trabalhar na Espanha. 

O local e a data desses depoimentos devem ser marcados depois do carnaval. Além da oferta de emprego, as mulheres recebiam passagem aérea e dinheiro para despesas pessoais. O casal de aliciadores trabalhava para o espanhol Bermudez Motos, conhecido como cigano. Ele é dono de uma casa de prostituição em Salamanca, na Espanha. Segundo a Polícia Federal, ao chegar ao território espanhol, as mulheres eram surpreendidas e submetidas à situação degradante de moradia e trabalho. Elas também eram informadas de que a dívida pelas despesas seria cinco vezes maior.

O presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), autor do requerimento, disse que teve informações de que a brasileira Raquel Gomes Nunes, mulher do dono da casa de prostituição fechada em Salamanca, está em São Paulo e, por isso, ainda sem data prevista, a convocação dela também foi aprovada.

Motivada por uma denúncia recebida pelo Ligue 180, da Secretaria de Política Para as Mulheres da Presidência da República, a Operação Planeta, teve ações simultâneas no Brasil e na Espanha. Em território espanhol, além de prisões, foram fechadas duas casas de prostituição.

Outro requerimento aprovado pela CPI nesta terça-feira foi a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico da empresária Raquel Felipe, dona da Raquel Models, de São José do Rio Preto (SP). Com a promessa de oferecer às mulheres trabalho como modelo, Raquel é acusada de mandar três brasileiras para Nova Delhi, na Índia. Em depoimento à CPI, elas contaram que lá foram mantidas em cárcere privado e em condições degradantes.

No calendário de diligências que serão feitas pela CPI já estão confirmadas idas a Salvador, ao Acre e a São Paulo. As três viagens serão feitas no final de fevereiro e início de março.

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