Raimundo Carrero lança novo livro no Recife nesta quinta-feira

    O escritor pernambucano Raimundo Carrero lança, nesta quinta-feira (3), seu novo livro intitulado A Vida é Traição. O evento ocorre às 17h, na Livraria Jaqueira, localizada no Paço Alfândega, Bairro do Recife.

A obra, publicada pela Editora Record, tem 80 páginas e foi escrita ao longo de nove meses. Trata-se de uma novela que narra a história de Solano, um jovem pressionado a confessar o assassinato da mãe. A narrativa apresenta elementos de tragédia e ironia.

Carrero é autor de diversos livros e já recebeu prêmios nacionais, como o Jabuti. Atualmente, está afastado do jornalismo e se dedica à produção literária e à formação de novos escritores por meio de oficinas de escrita.

O livro estará disponível por R$ 54,90.

Serviço:
Lançamento do livro: A Vida é Traição, de Raimundo Carrero
Data: 3 de julho (quinta-feira)
Horário: 17h
Local: Livraria Jaqueira – Paço Alfândega, Recife
Editora: Record
Preço: R$ 54,90

Comportamento geral era hipocrisia e Gonzaguinha jamais se curvou…

MaisPB • Gonzaguinha: 75 anos de história e muito sucesso

Gonzaguinha com o pai, rei do baião

Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (1945-1991) , mais conhecido como Gonzaguinha é, sem dúvida, um dos maiores talentos da música brasileira em seus diversos estilos populares. Sua obra teve, inicialmente, como característica sua postura de crítica à ditadura militar, conforme mostra a letra da música “Comportamento Geral”, gravada no LP Luiz Gonzaga Junior (Gonzaguinha), em 1973, pela Odeon.

COMPORTAMENTO GERAL
Gonzaguinha

Você deve notar que não tem mais tutu
e dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira
e dizer que está recompensado
Você deve estampar sempre um ar de alegria
e dizer: tudo tem melhorado
Você deve rezar pelo bem do patrão
e esquecer que está desempregado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você deve aprender a baixar a cabeça
E dizer sempre: “Muito obrigado”
São palavras que ainda te deixam dizer
Por ser homem bem disciplinado

Deve pois só fazer pelo bem da Nação
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar um Fuscão no juízo final
E diploma de bem comportado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal

E um Fuscão no juízo final
Você merece, você merece

E diploma de bem comportado
Você merece, você merece

Esqueça que está desempregado
Você merece, você merece

Tudo vai bem, tudo legal

Procura-se um culpado pelos juros, mas ele está escondido no Planalto

Charge do Orlando (Sobral em Revista)

Guilherme Fiuza
Gazeta do Povo

A taxa básica de juros do Banco Central chegou a 15%, a maior em duas décadas. E os representantes do governo – os oficiais e os oficiosos – continuam procurando alguém em quem colocar a culpa. Afinal de contas, não fica nem bem para um governo que se apresenta como popular e sempre criticou os juros altos assumir essa mancha na fotografia “progressista”.

A opção preferencial é atirar contra o fantasma de Roberto Campos Neto. Até outro dia, a tarefa era mais fácil. Com Campos Neto na presidência do BC, bastava aos porta-vozes do governo petista gritar aos quatro ventos que ali estava um homem mau, socialmente insensível etc. O próprio presidente da República chegou a insinuar que Campos era uma espécie de inimigo da pátria. Bons tempos. Com a passagem de bastão para Gabriel Galípolo, indicado por Lula, a coisa deu uma complicada.

FALSA CRENÇA – As mentes fisiológicas realmente acreditam que a sucção não deixa rastros e que dá para segurar as pontas no gogó. A discurseira haveria de criar um clima favorável à redução dos juros, sem aquela tecnicidade que sempre atrapalha a boa lenda.

Aí bastaria faturar mais um indicador positivo e correr para o abraço – porque as bombas deixadas pelo populismo sempre têm efeito retardado, e o amanhã não é de ninguém.

Diferentemente do que ocorreu nos estertores da administração Dilma, porém, a política monetária (ainda) não passou a dançar conforme a música populista. E os juros continuaram subindo.

HERANÇA MALDITA – Como não dá para ficar atirando no Galípolo, os porta-vozes governamentais passaram, inicialmente, a duelar com o fantasma de Campos Neto. A insistência nos juros altos seria uma espécie de herança maldita. Um político petista chegou a afirmar que o ex-presidente do BC prefixou a elevação da taxa… Se colar, colou. Mas não colou.

E os ataques passaram a ser difusos contra a instituição do Banco Central. Parte da imprensa desistiu de embarcar na propaganda governista, talvez percebendo que, nessa área de política macroeconômica, a licença poética já foi longe demais.

Restaram algumas vozes do jornalismo oficial insistindo que o BC está errando. A sustentação desse ponto de vista é perfeitamente possível – desde que não se leia a ata do Copom.

HÁ FUNDAMENTOS – Ali está tudo explicadinho, tecnicamente, sobre os fundamentos para a decisão sobre a alta dos juros. E, obviamente, a culpa que o governo procura até no além está no espelho.

A expansão dos gastos públicos segue sendo o principal fator inflacionário – e não se trata mais de uma curva de preços oscilando dentro da meta.

Já teve até executivo de grande banco declarando que, se não for restabelecido o teto de gastos, não haverá como retomar o equilíbrio da política fiscal e o controle saudável da inflação.

TAPAR OS BURACOS – Mas a retórica continua sendo a de que está tudo bem no arcabouço e que o pacote tributário vai tapar os buracos. Mas a política do remendo nunca deu e nunca dará certo. O binômio gastar & taxar mata, mais cedo ou mais tarde, a galinha dos ovos de ouro.

E os economistas que mais sabem disso são aqueles que pregaram o voto no PT, confiando que o amanhã não é de ninguém.

Mas o amanhã chegou, o Brasil está descendo a ladeira, e a responsabilidade deles está na legenda da foto.