Senado instaura auditoria para investigar gastos com selos

O Senado instaurou auditoria interna para investigar o gasto de quase R$ 2 milhões com a compra de selos, apesar de os senadores usarem máquina seladora para o envio de correspondências, o que dispensa a postagem em papel.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (16), a Casa admite que os selos não são utilizados pela instituição e diz que eles são “desnecessários uma vez que a postagem é feita diretamente na agência” dentro dos “parâmetros do contrato” firmado com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” revelou o gasto de R$ 2 milhões com os selos pelo Senado. Segundo a publicação, a Casa gastou quase R$ 2 milhões com a compra de 1,4 milhão de selos – considerando o valor de R$ 1,20 para uma carta comum – em um ano e quatro meses, mas não sabe o que foi feito com o material.

A auditoria foi aberta em junho para apurar as despesas dos senadores e da área administrativa com a chamada cota postal. O Senado confirma, na nota, que proibiu a distribuição de selos em julho, após o início das investigações. “Em julho, a pedido da administração, o primeiro secretário [do Senado] referendou a suspensão da distribuição interna de selos”, diz a nota.

A instituição afirma que só poderá confirmar o número de selos e o valor gasto com o material após a conclusão da auditoria.

A reportagem diz ainda que parte dos selos foi entregue a alguns senadores, que os requisitaram oficialmente, mas não há registro sobre o paradeiro da maior parte do material. Entre os senadores, o jornal diz que familiares donos de agências franqueadas dos Correios.

Pelas regras do Senado, não há limite para gastos com o envio de correspondência dos congressistas. A norma diz apenas que cada parlamentar pode enviar duas correspondências para cada mil habitantes de seu Estado.

Com informações da Folha de S.Paulo.