Vadias

 

marcha v

 

Dois mil manifestante fizeram na Zona Sul do Rio de Janeiro um protesto que se autointitulou de “A marcha das Vadias”.

 

O ato começou às 16h. As pessoas levavam cartazes em defesa do direito das mulheres, a favor da descriminalização do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Gritavam também palavras de ordem contra a Igreja Católica.

 

No início da passeata, na Praia de Copacabana, dois manifestantes – com os rostos cobertos – chutaram crucifixos que estavam no chão. Eles carregavam duas imagens: de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Graças. Minutos depois, com uma delas já destruída, um dos manifestantes pega a outra imagem e a atira contra o chão. Os dois estavam cercados por outras pessoas que participavam da marcha. No momento, não havia peregrinos em volta.

 

Mas, durante a caminhada pela orla, o grupo passou por fiéis e houve troca de hostilidades. Vídeo

 

G1

 

 

peladas imagens

 

Há muita hipocrisia nas lamentações contra a ação das Vadias que quebraram imagens e usaram símbolos religiosos de forma um tanto incomum. Desrespeito mesmo é o que as mulheres sofrem há milênios graças a dogmas preconceituosos. Desrespeito mesmo é obrigar mulheres a morrer em clínicas clandestinas ou nas mãos de aborteiras despreparadas. Desrespeito mesmo é acusá-las de incentivar as ações de seus estupradores por usarem roupas provocantes. (…)

 

As senhoras que se sentiram ofendidas com a ação dos peladões de Copacabana e clamam por vingança brandindo a Constituição, deveriam dar atenção aos ensinamentos do Papa Francisco: “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo”. O casal só tentou mostrar como se sentem as vítimas da intolerância religiosa, relegadas ao plano de cidadãos de terceira classe só porque nasceram com o fosquete mais sensível que os demais.

 

Esclarecendo: não gostei dos peladões de Copacabana terem quebrado réplicas da Santa. Até porque o gesto que não foi feito para agradar a ninguém. Tentei só decifrar o significado, o que me valeu críticas de quase todos os amigos que entraram na discussão. A ação dos manifestantes foi grosseira, deselegante, intimidatória, deseducada, estúpida, intolerante e o que mais quiserem dizer. A intenção era essa mesmo.

 

José Truda Jr

 

 

vadia

 

Não é manifestação. É desespero. Até mesmo problema de saúde mental. Não se faz uma passeata pedindo “respeito”, desrespeitando os demais. É preciso respeitar, para ser respeitado. O que uma cena assim pode despertar? Pena. Muita pena de ver a que ponto pode chegar um ser humano para chamar a atenção. Histrionismo não me representa. Sou mulher e digo, não me representam.  Até para fazer um protesto tirando a ” roupa” , é preciso inteligência. Lamentável.

 

Não se faz passeata por ” direitos”, praticando a intolerância. É fundamental respeitar para ser respeitado. E não me venha com o discurso de que são desrespeitadas..etc e tal. Sou mulher e com certeza, não gostaria de ser representada por criaturas tão sem noção.

 

Celamar Maione

 

 

V vadia 2

 

 

 

Há uma raiva enorme na origem de um gesto como esse. Lastimável! Faça o que quiser com seu corpo e com sua imagem, mas não peça para ser respeitada quando você nem sabe o que é respeito. O meu sentimento nem é de raiva, mas de vergonha. Uma pessoa mais espiritualizada do que eu sentiria compaixão.

 

Evelyne Furtado

 

 

V vaida 2

 

 

 

Informe: A performance que envolveu quebra de imagens de santas na Marcha das Vadias hoje não foi programada pela organização deste evento. Tínhamos o compromisso com a segurança das pessoas, e fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance para garantir isso, seja de quem estava apenas marchando, seja de quem estivesse performando. Acreditamos e defendemos a liberdade de expressão artística, religiosa, de consciência, de pensamento, de crítica, de vestimenta, e todas as liberdades civis individuais e coletivas garantidas pela Constituição Cidadã de 1988. Entendemos que a Marcha das Vadias do Rio de Janeiro em 2013 foi um total sucesso! Agradecemos a todas as pessoas que construíram esta marcha, da primeira reunião de organização até o último momento de dispersão hoje, incluindo todas as performances, todos os cartazes, todos os coletivos, partidos, sindicatos, movimentos que ocuparam as ruas hoje para dizer que JÁ BASTA DE VIOLÊNCIA SEXUAL, VIOLÊNCIA DE GÊNERO, MORTES EVITÁVEIS DE MULHERES QUE ABORTAM E DE INTERFERÊNCIA RELIGIOSA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS QUE SÃO PARA TODAS AS PESSOAS, DE TODAS AS CRENÇAS, RAÇAS, CORES, DESEJOS E FORMATOS.

 

Marcha das Vadias do Rio de Janeiro

 

 

consolo

 

Na Marcha das Vadias, em Copacabana, diversas encenações ilustraram os apelos feitos pelas feministas. Uma delas chamou a atenção por seu teor altamente polêmico, pois os envolvidos utilizaram a imagem da Nossa Senhora como objeto sexual. A cabeça da Santa virou uma espécie de consolo.
consolo 2

 

Em seguida, os manifestantes quebraram as imagens e as cruzes. Por fim, uma manifestante pegou o que sobrava de uma cruz, colocou camisinha em sua base e a enfiou no ânus de seu parceiro de encenação. Tal ato assustou até mesmo outros manifestantes que não esperavam tanta ousadia. Uma delas disse que colocaria uma máscara para não ser reconhecida, já que receava represálias no trabalho.

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