De babá de crianças em Paris à glória das telenovelas da Globo

Maytê Proença vai brilhar na FLIPORTO 2013

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A atriz global Maytê Proença – um dos destaques confirmados da FLIPORTO 2013,  vai dividir o centro das atenções  da grande festa literária internacional de Olinda,  em novembro, ao lado de outras mulheres bonitas da Literatura e autores famosos também convidados.

Atriz, apresentadora, escritora, atuou em numerosos papeis em telenovelas da TV Globo, além de autora de obras literárias, uma delas, a mais recente, É MADURO SER CABRA NA ETIÓPIA, com textos selecionados de internautas. Sua vida intensamente vivida dentro e fora do Brasil, plena de surpresas, aventuras, alegrias, glórias, sucessos e tristeza fora dos estúdios de gravação, vai pautar uma conversa muito esperada pelos cerca de 1 mil espectadores que irão se inscrever pela Internet, para a grande noite de Maytê no congresso literário.

“Vivo com as lembranças, elas fazem parte de mim. Quando a gente vai fazer qualquer personagem tenta manter um distanciamento, mas sempre trazemos elementos”. Mas que lembranças são essas tão marcantes na vida de Maytê?

Aos doze, sua mãe foi assassinada pelo marido, pai de Maitê, e ela foi morar com o irmão em um pensionato luterano, onde ficaram por três anos. Aos dezesseis, vai morar em Paris, a mando do pai. Ao seu retorno, decide sair do pensionato luterano e pede abrigo a um padre. Aos dezenove, prestou vestibular para várias faculdades e chegou a iniciar o curso de graduação em Psicologia, na PUC-SP, mas não o concluiu. Pelos próximos dois anos, saiu pelo mundo em viagem, passando por cerca de trinta países, entre Europa, África e Ásia. Fez bicos vendendo jornal, cuidando de crianças e distribuindo folhetos nas esquinas parisienses. Falando nisso, foi em Paris a sua primeira experiência com as artes cênicas, quando matriculou-se em curso de mímica com o mestre de Marcel Marceau, Etiènne Decroux. Depois, matriculou-se também em vários cursos na Sorbonne, entre eles, arquitetura do século XVII, pensamento do século XX, pensamento alemão do início do século e outras matérias. Posteriormente, foi conhecer o Oriente Médio, quando soube que seu pai estava muito doente e retornou ao Brasil.

Sua pretensão não era de ficar por muito tempo, pelo contrário, somente o tempo necessário para a recuperação do pai, para que, em seguida, regressasse à França, porém sua vida tomou outros rumos. Enquanto esperava, começou a fazer um curso de teatro com Antunes Filho e a estudar roteiros para cinema no Museu da Imagem e do Som. Nesse momento, o jornalista Mário Prata, um dos palestrantes do curso no MIS, convida-a para um teste na TV Tupi.

Em 1979, estreia como atriz de televisão na novela Dinheiro Vivo. Inicialmente, sua participação estenderia-se somente a uma ponta de uma semana, porém sua personagem acabou ficando até o final da novela. Poucos meses depois, já estava contratada pela Rede Globo e participaria da novela Coração Alado, mas sofre um acidente de carro que a afasta de suas atividades por quase um ano.

Ainda usando bengala, devido ao acidente, é convidada a viver sua primeira protagonista na novela As Três Marias, dividindo o título de mocinha com as experientes Nádia Lippi e Glória Pires. Para viver a personagem, foi obrigada a mudar-se de cidade, e pediu um alto salário, pago na época somente para atores do primeiro escalão. Acordo feito e Maitê topou o desafio de protagonizar a novela, porém, segundo ela mesma diz, o alto salário não pagava todas as críticas e pressões que sofria, fazendo-a odiar o trabalho de atriz.

Maitê chegou a pensar em abandonar a carreira, porém além de ter um contrato com a Globo, já possuía bastante mídia, havia estampado diversas capas de revistas e batido recordes de audiência, dando bastante lucro à empresa contratante, e foi desaconselhada a sair.

Pouco tempo depois, conhece Paulo Marinho, com que casou-se e teve uma filha, Maria, nascida em 1990.

Em 1981, foi convidada a participar da novela Jogo da Vida, sob direção de Roberto Talma, forte influência e principal responsável por fazê-la repensar na decisão de abandonar a carreira artística. Durante a novela conheceu Carlos Augusto Strazzer, que viria a tornar-se um dos seus melhores amigos. Em 1982, encenou o espetáculo Mentiras Alucinantes de um Casal Feliz, tendo como parceiro de cena Armando Bogus.

Em 1983, participou da novela Guerra dos Sexos, na pele da bela e romântica Juliana. Em seguida, transferiu-se para a Rede Manchete, onde protagonizou a minissérie A Marquesa de Santos. Em 1985, retornou à Globo e integrou o elenco da novela Um Sonho a Mais, contracenando com Marco Nanini, grande amigo que já conhecia desde o trabalho de As Três Marias.

Em 1986, recebeu convite para participar do remake de Selva de Pedra, porém recusou, alegando que a Rede Manchete havia apresentado uma proposta melhor. De fato, nesse ano, Maitê viveu um dos melhores momentos de sua carreira, ao fazer a interpretação da cortesã Dona Beija na novela homônima, um dos grandes sucessos da emissora. Dona Beija foi a primeira novela a utilizar o recurso do banho na cachoeira, causando um certo escândalo na época e dando audiência. Maitê protagonizou as primeiras cenas de nudez em uma novela do horário nobre no Brasil, as quais se tornariam ícones daquela produção: a cortesã tomando seus banhos em uma cachoeira.

A partir desse trabalho, após atuar na novela Corpo Santo, de 1987, volta para a Rede Globo e continua a despontar sempre em papéis marcantes na dramaturgia nacional. Ainda nesse ano, trabalhou na novela Sassaricando, como a fotógrafa Camila, contracenando com o ator Edson Celulari, com quem dividiu os sets de filmagens dos longas Sexo Frágil e Brasa Adormecida; esse último lhe rendeu o Prêmio de Melhor Atriz do 2º Rio Cine Fest. Também encenou o espetáculo La Malasangre e protagonizou o filme A Dama do Cine Shanghai, ao lado de Antônio Fagundes, conquistando o Prêmio de Melhor Atriz no II Festival de Cinema de Natal e também no XV Festival dos Melhores do Ano CineSesc. Depois, apresentou dois programas jornalísticos, o Programa de Domingo e Diálogo, ambos pela Rede Manchete.