CNJ vai investigar juízes que defenderam Dilma em protesto

Quatro magistrados subiram em carros de som para se manifestar contra o impeachment da petista; liberdade de expressão tem limite, diz Cármen Lúcia

Brasília - A presidente do STF e do CNJ, Cármen Lúcia

Por Ricardo Chapola

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta terça-feira investigar a conduta de quatro juízes que se manifestaram publicamente contra o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) durante protestos realizados no Rio de Janeiro em 2016.

Os juízes André Luiz Nicolitt, Cristiana de Faria Cordeiro, Rubens Roberto Rebello Casara e Simone Dalila Nacif Lopes discursaram em cima de um carro de som na Avenida Atlântica, em Copacabana, quando disseram que o processo de afastamento da presidente havia sido um golpe.

A presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, exigiu mais responsabilidade dos magistrados e afirmou que o juiz deve se manifestar apenas “nos autos”.

“São limites que a vida nos impõe para que tenhamos um marco civilizatório, uma vida em sociedade. Não é possível que continue havendo manifestações muito além dos autos”, disse, durante a sessão plenária. “E se é certo que o juiz já não fica mais dentro do gabinete, da sua casa, também é certo que há de haver convivência sem qualquer tipo de exorbitância ou desbordamento das suas atividades.”