Entre perdas e

ganhos

Os estrategistas políticos do Planalto e do PT estão fazendo balanço minucioso das mobilizações que tomaram conta do país.

A principal conclusão que chegaram “é que não há nenhum líder da oposição ou partido que seja capaz de catalizar e encarnar a revolta popular”.

Por conta desta avaliação, consideram que “a recomposição da presidente Dilma é mais fácil”. (O Globo – Ilimar Franco)

É preciso restaurar confiança na economia, diz Tombini

Para Alexandre Tombini, governo precisa definir o ajuste fiscal e deixar claro como esse objetivo será alcançado

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirma que está em campanha para recuperar a confiança das pessoas na economia. Para ele, o processo de retomada do crescimento foi prejudicado por um abalo de confiança que trava os investimentos. ‘É necessária uma reversão dessa confiança para a economia continuar no processo de recuperação gradual’, diz o presidente do BC.

Questionado sobre se o governo vai cumprir a promessa de fazer um ajuste nas contas públicas, Tombini afirma que essa decisão não passa por ele. Mas entende que o governo não pode deixar dúvidas sobre suas intenções e assumir um compromisso. ‘O importante é que o governo defina. E, quando definir, forneça um detalhamento à sociedade sobre como isso será alcançado. Leia aqui os principais trechos da entrevista.

Justiça arquiva investigação de boato sobre fim do Bolsa Família

 O 3º Juizado Especial Criminal de Brasília determinou o arquivamento da investigação que apurava a autoria de boato, nos dias 18 e 19 de maio, sobre o fim do Programa Bolsa Família. O arquivamento do inquérito foi informado hoje (21) pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) em sua página na internet.

Segundo o tribunal, o arquivamento da investigação do boato, que “teria ocasionado prejuízo à Caixa Econômica [Federal], bem como pânico e tumulto em todo o país”, foi pedido pelo Ministério Público por não identificar ‘nenhuma comprovação idônea e adequada de que o crime em investigação tenha sido praticado’.

Para o arquivamento do inquérito, o juizado destacou orelatório produzido pela Polícia Federal, divulgado no dia 12 de julho, que também concluiu pela inexistência de elementos que possam configurar crime e até mesmo que uma pessoa ou grupo tenha causado o boato.

Durante evento realizado na última quinta-feira (18), em Fortaleza (CE), a presidenta Dilma Rousseffdisse que as investigações da Polícia Federal não deram uma explicação conclusiva sobre o caso e reforçou que o Bolsa Família será mantido enquanto houver pessoas que necessitem dele, sendo um compromisso de seu governo. (Agência Brasil – Danilo Macedo)

 

Renda e violência em alta no Norte e Nordeste do país

No grupo de dez estados que mais registraram aumento na taxa de mortes violentas, nove são do Norte e do Nordeste Foto: O Globo

No grupo de dez estados que mais registraram aumento na taxa de mortes violentas, nove são do Norte e do Nordeste – O Globo

Entre 2001 e 2011, período em que estados das regiões Norte e Nordeste registraram aumento na renda per capita acima da média nacional, um efeito indesejado ocorreu: o crescimento das mortes violentas. Para especialistas, a causa dessa aparente contradição é que as mudanças sociais e econômicas não foram acompanhadas por estruturas de segurança pública de melhor qualidade.

O contraste entre o bom momento econômico e a piora nos indicadores de segurança pode ser constatado num cruzamento de indicadores de renda per capita e taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes feito pelo GLOBO nos microdados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE) e nos registros do DataSus.  (De O GLOBO – Antônio Gois e Marcelle Ribeiro)

Clique aí e leia reportagem na íntegra:  Renda e violência em alta nas regiões Norte e Nordeste do país

 

Mulher reencontra PM que a agrediu no protesto em SP

Após ser agredida por um PM em um dos protestos contra a alta da tarifa dos transportes, Gabriela Lacerda, 24, reencontrou o mesmo policial, no mesmo lugar

As costas e o braço da estudante Gabriela Lacerda, 24, ainda doíam quando ela resolveu voltar à avenida Paulista.

Ali, em frente a um bar, ao lado do parque Trianon, ela havia sido fotografada três dias antes. Era a quarta manifestação contra a alta da tarifa de transporte na cidade e a primeira vez que ela participava de um protesto.

No dia seguinte, sua imagem –recebendo um golpe de cassetete de um policial militar– estava na Primeira Página da Folha. A foto se transformou em um dos símbolos da reação violenta da PM naquela noite de 13 de junho.

A estudante de rádio e TV, nascida em Macapá (AP), garante que quando foi agredida estava no bar tomando uma cerveja com seu namorado, Raul Longhini, após ter acompanhado os protestos no centro da cidade.

Pouco mais de 72 horas após ser fotografada, na mesma esquina, a estudante perdeu a fala. ‘Eu o vi. Fiquei tremendo, queria perguntar seu nome, mas quando cheguei não tive coragem.’ Gabriela estava cara a cara com o homem que a fizera tremer. Continue lendo aqui a reportagem na íntegra. (Folha de S.Paulo – Cesar Rosati)

Reforma política é alvo de nova divergência

Hylda Cavalcanti

Da Rede Brasil Atual

Dois dias após a decretação do recesso branco no Legislativo, os parlamentares já demonstraram que não deverá haver trégua em relação aos desencontros de pensamento e discussões envolvendo a reforma política, no período.

Desta vez, a briga se dá entre deputados da base aliada do governo – principalmente o PT – e o deputado Cândido Vaccarezza (PT-DF), indicado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para coordenar o grupo de trabalho que vai elaborar em 90 dias a proposta da reforma.

Vaccarezza disse na última quarta-feira (17) que as regras não poderão valer mais para o próximo ano, o que provocou a ira dos petistas e do governo.

Diante de várias declarações criticando seu gesto, inclusive a divulgação de uma nota assinada por deputados do PT, Vaccarezza declarou oficialmente hoje (19) que trabalhará pelo plebiscito proposto pela presidenta Dilma Rousseff.

A polêmica se deu porque as declarações do coordenador do grupo, após a primeira reunião para discutir a reforma, passaram a impressão de que ele trabalhava contra a sugestão da presidenta.

Afinal, no mesmo dia Dilma tinha pedido aos deputados e senadores para continuarem trabalhando pela realização de um plebiscito e para que a nova legislação conseguisse ser aprovada antes do início de outubro – de forma que as regras pudessem valer já nas próximas eleições.

Como o deputado tem sido visto entre políticos da base aliada como um petista mais ligado à ala do PMDB do que propriamente ao seu partido, nas últimas semanas –principalmente por sua ligação com o líder peemedebista Eduardo Cunha (RJ) e o presidente da Câmara – a declaração soou, nas entrelinhas, como uma falta de apoio à proposta do governo. Até porque ele já teria criticado a proposta, anteriormente, em conversas reservadas no Congresso.

‘Voz não é a do grupo’

“Vaccarezza falou isso por ele mesmo. É o coordenador do grupo, mas não falou pelo grupo todo”, sintetizou o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), um dos integrantes da equipe. Berzoini explicou que, embora entenda haver uma dificuldade objetiva para aprovar determinados itens antes do dia 5 de outubro, é preciso que a base governista faça esforço para buscar consenso e conseguir aprovar, por exemplo, o fim dos recursos empresariais para as campanhas.

“Acho que seria razoável isso e vamos trabalhar para que seja possível acontecer. Não acho que caiba a nenhum de nós ficar dizendo, a priori, se dá tempo ou não para que as regras possam ser aplicadas em qual ano, justo na hora em que estamos começando um trabalho político”, disse.

Também reclamaram das declarações do coordenador outros membros do grupo, como o deputado Sandro Alex (PPS-PR). Segundo ele, a reforma pode até não vir a ser realizada em 2014, mas não era o caso de o deputado já ter acenado com a possibilidade das regras passaram a ser vigentes apenas em 2018.

“Tudo bem se não valerem para 2014 porque o tempo é curto, mas estamos na primeira reunião. Não precisamos começar a trabalhar agora para fazer uma nova lei que só vai existir a partir de 2018”, disse.

Decisão conservadora

Na manhã desta sexta-feira, aproximadamente 30 deputados do PT divulgaram uma carta se posicionando contrários à indicação de Cândido Vaccarezza para a coordenação do grupo.

O documento chama de conservadora a decisão tomada pelo presidente da Câmara de indicar o deputado em detrimento de Henrique Fontana (PT-RS), que até o início da crise política era quem relatava a proposta de reforma política na Casa e que, se esperava, iria assumir a coordenação do trabalho.

A carta enfatiza ainda que além da rejeição à ideia do plebiscito, a presidência da Casa criou o grupo com a intenção de “vir a propor uma reforma em termos muito mais tímidos do que inicialmente proposto pela presidenta Dilma Rousseff”.

E que a atitude de Alves em indicar Vaccarezza teria representado “um claro movimento para impor antagonismo às posições que o PT defende em relação à reforma”.

Empenho pessoal

Embora tenha reiterado diversas vezes que a indicação foi feita pelo presidente da Casa e que ele não abre mão, o deputado Vaccarezza divulgou, por meio da sua assessoria de imprensa, que vai trabalhar pessoalmente no recolhimento de assinaturas para o projeto de decreto legislativo que pede a realização de um plebiscito ainda este ano sobre a reforma política.

“Ao contrário do que pregam, o grupo de trabalho e minha atuação como coordenador facilita e agiliza a realização da consulta popular e a busca do entendimento necessário para a concretização da reforma política que a sociedade clama.

Em vez de transformarmos o debate sobre a reforma em arena de disputa política, deveríamos mobilizar nossas energias para viabilizar a realização do plebiscito que dizem defender. Ao se concentrarem em ataques pessoais, ajudam a aprofundar a descrença da sociedade em seus representantes e nos partidos políticos”, afirmou.

A nota dos deputados do PT também teve, como pano de fundo, a intenção de reclamar, de forma indireta, da falta de apoio por parte dos parlamentares da base aliada em trabalhar pela coleta de assinaturas para o projeto de decreto legislativo, que está sendo feita pelo líder petista na Câmara, José Guimarães.

Ele resolveu buscar assinaturas para o decreto contando com deputados do PT, PDT e PC do B. Mas para isso, ainda precisará de votos separados de legendas que já declararam não apoiar a ideia de plebiscito para este ano, como é o caso do PMDB.

Defesa do plebiscito

Com a nova crise provocada pela substituição do nome de Henrique Fontana pelo de Vaccareza na coordenação do grupo de trabalho, os deputados do PT resolveram assumir de vez a defesa da consulta pública.

A intenção desses parlamentares é fazer com que ao menos algumas regras possam passar a valer nas próximas eleições, como a questão do financiamento de campanhas por parte de empresas.

Algumas sugestões estão sendo preparadas para ser apresentadas pelo deputado Ricardo Berzoini na próxima reunião. A primeira é o estabelecimento de um teto limite de financiamento para cada cargo a ser disputado. Esse teto seria de um valor aproximado à metade da média que os eleitos gastaram nas últimas eleições.

Uma segunda proposta seria a proibição à contratação de cabos eleitorais e a terceira, conforme destacou o deputado, consiste na disponibilização, pela internet, da movimentação da conta bancária de cada campanha em tempo real. “Dessa forma, seria possível haver transparência sobre quanto se arrecadou até então e quanto se gastou”, defendeu.

Apesar da nota dos deputados do PT ter trazido críticas não apenas a Vaccarezza como também a Henrique Eduardo Alves e da declaração de Vaccarezza rebatendo a posição dos colegas, até o fechamento desta matéria o presidente da Câmara ainda não tinha se manifestado a respeito do assunto.

 

Impossível bombardear meia ponte

Carlos Chagas

 Vale repetir o episódio da indignação do general Douglas MacArthur quando, perto de invadir a China, na guerra da Coréia, recebeu do presidente Truman a ordem de não avançar nem bombardear território chinês. Deveria restringir suas operações à Coréia. Uma ponte ligava os dois países, por onde entravam os soldados de Mao. MacArthur ia destruí-la mas foi alertado para só destruir a metade coreana. “Nunca vi, na história das guerras, a possibilidade de bombardear meia ponte…”

Guardadas as proporções, assim está a presidente Dilma diante do PMDB. É impossível romper apenas com meio partido, com aqueles parlamentares que a hostilizam, preservando os demais. Mesmo sem ser uma ponte, o PMDB é um só.

Adivinha quem vem pra jantar!

 A nova ‘boa nova’ quem anuncia é Lauro Jardim, na sua coluna da VEJA deste domingo:

Em meio à onda de descrédito que se abate sobre os políticos, sabe quem ameaça botar a cabeça para fora novamente?

José Roberto Arruda, acredite, deve se filiar em algum partido até o fim de setembro. Está conversando com algumas pequenas legendas. Arruda pretende ser candidato em 2014. Não sabe se a deputado ou a senador.

De posse de algumas pesquisas que mostram que, apesar de tudo o que comprovadamente fez quando governou o Distrito Federal, Arruda ainda mantém um eleitorado fiel. O ex-governador, hoje morando em São Paulo, já começa a se movimentar. Pelo visto, o recado dado pelas ruas em junho é difícil de ser entendido por alguns.” 

 

 

 

 

 

Bosque finito est

Carlos Brickmann

Que o papa Francisco, como dirigente espiritual da maioria da população brasileira, seja recebido com todas as honras e deferências, respeitando-se não apenas sua liderança religiosa e o posto supremo que ocupa, mas também suas inequívocas qualidades pessoais. Que o Governo se empenhe em oferecer-lhe as melhores condições para sua pregação; que os não católicos, mesmo os mais radicais, o tratem no mínimo com a hospitalidade devida aos visitantes.

Mas a Igreja Católica poderia ter-nos poupado a bobagem de derrubar 334 árvores em Niterói, RJ, para facilitar a realização da missa campal durante a Jornada Mundial da Juventude. Árvores com cem anos de vida não se repõem de uma hora para outra; e mexer com árvores exige autorização da Secretaria Municipal de Ambiente, que não foi sequer solicitada. Se o papa souber, não vai gostar.

 

 

Ministro rejuvenesce dois anos para presidir o TCU

 

 Nomeado há seis anos para o Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Raimundo Carreiro envelheceu, sem truque de beleza ou matemática, só quatro de lá para cá. Depois de assumir o cargo, conseguiu na Justiça mudar sua data de nascimento de setembro de 1946 para setembro de 1948 e, assim, esticar em dois anos a permanência na corte, tida como o ‘céu’ de políticos e servidores públicos em fim de carreira. Pela tradição, o escolhido é sempre o ministro mais antigo de casa que ainda não exerceu a função.

O próximo da fila é Aroldo Cedraz, que tomou posse em janeiro de 2007, dois meses antes de Carreiro, e sucederá a Augusto Nardes no período 2015-2016. Em seguida, será a vez de Carreiro, que, com nova certidão de nascimento, tirou a cadeira de José Múcio Monteiro. ‘Pode ser consequência (assumir a presidência), mas não que o objetivo seja esse’, diz Carreiro. (Informações de O Estado de S.Paulo – Fábio Fabrini)

Clique aí e leia na íntegra:  Ministro do TCU ‘rejuvenesce’ dois anos para evitar aposentadoria e presidir corte

 

 

Eduardo apoiaria candidatura de Serra pelo PPS

 Apesar de correr o risco de perder o apoio do PPS, Eduardo Campos (PSB) tem dito que apoia a filiação de José Serra ao partido de Roberto Freire para concorrer ao Palácio do Planalto em 2014. Quem noticia é Vera Magalhães, na coluna política da Folha de S.Paulo deste domingo.

Segundo a colunista, para Eduardo, a candidatura do ex-governador paulista dificultaria a entrada de Aécio Neves (PSDB) em São Paulo e daria à eleição ares de reprise da disputa entre Dilma, Serra e Marina Silva, o que favoreceria novos nomes.