O PT quer “fazer as pazes” com os movimentos sociais organizados no país. Ontem (19), depois do anúncio de que a Prefeitura de São Paulo aceitou baixar a tarifas de ônibus na cidade, o partido determinou que seus militantes participassem dos protestos que tomaram conta de várias cidades brasileiras. Em Recife, por exemplo, mais de 100 mil pessoas já confirmaram presença no ato, previsto para ter início às 16h desta quinta-feira (20), na Praça do Derby.

A orientação mais polêmica da direção do partido é que os militantes possam participar abertamente dos protestos, inclusive, com camisas e bandeiras. Os movimentos que estão organizando os protestos querem justamente afastar este tipo de demonstração pública de afeto aos partidos políticos.

Porém, alguns dirigentes afirmam que esta ideia é criar um contraponto para fazer frente aos partidos de oposição que já trabalham para se associar aos protestos. O PT também argumentou, juntos aos filiados, que a legenda “nasceu dos movimentos sociais” como instrumento da “luta por uma sociedade igualitária”.

De acordo com a colunista Vera Magalhães, da Folha de S.Paulo, o ato surge em meio ao crescente o sentimento interno de que o ex-presidente Lula seja novamente candidato à Presidência da República nas eleições de 2014.

“Chamou a atenção dos representantes das centrais sindicais o silêncio de Lula na reunião de ontem diante de pesadas críticas à sua sucessora. Entre outros temas, os sindicalistas reclamaram da interdição da pauta trabalhista e de medidas como a alta dos juros. […] Segundo relatos, o ex-presidente se limitou a ouvir as queixas. Também não tentou dissuadir as entidades de paralisações e greves, previstas para começar amanhã. Só pediu que quer ter reuniões como a de ontem a cada dois meses”, completa a colunista.

Com informações de Tercio Amaral (Diario de Pernambuco).