Bom humor na ABL

A Academia Brasileira de Letras abriu o ciclo de conferências “O bom humor na ABL”, sob coordenação do acadêmico e jornalista Cícero Sandroni. O evento se realiza no Teatro R. Magalhães Jr., 280 lugares, na sede da Academia, na Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada grátis.

O ciclo terá mais três conferências: dia 11 de junho, “ABL: uma casa bem-humorada”, com o acadêmico e jornalista Murilo Melo Filho; dia 18 de junho. “O humor e o cômico”, com o professor Cláudio Murilo Leal; e dia 25 de junho, “O humor na ficção acadêmica”, com o escritor Flávio Moreira da Costa.

 

Diretor René Sampaio fala sobre o filme “Faroeste Caboclo”

 

Em entrevista a Marianna Salles Falcão do site da Secretaria de Estado de Cultura do Rio, o diretor René Sampaio falou sobre o filme “Faroeste Caboclo” em exibição em todo o Brasil. Ao longo de 159 versos e pouco mais de 9 minutos, o Brasil conheceu em 1987 a saga de João de Santo Cristo. O menino pobre que sai do interior da Bahia para tentar a sorte na capital do país era o anti-herói de Faroeste Caboclo, uma das mais conhecidas canções da Legião Urbana.

No longa, Santo Cristo e Maria Lúcia são encarnados por Fabrício Boliveira e Ísis Valverde. Jeremias, o grande rival dessa literatura de cordel em formato de canção, foi defendido por Felip Abib. Os três são os protagonistas de uma adaptação que buscou fugir do formato de videoclipe. “Tentamos criar uma narrativa cinematográfica com a emoção da canção sem ser algo literal”, diz o diretor. “Vejo as salas lotando, com gente voltando para casa por não conseguir ingresso. Não temos o mesmo número de cópias que os grandes lançamentos americanos, mas estamos fazendo bonito”, comentou René.

O diretor também foi fã da Legião Urbana. “Eu me interessei pela música também em 87. Quando ouvi já achei que daria um filme. Mas era uma coisa de menino que sonhava em ser diretor, jamais poderia imaginar que um dia ia fazer o filme mesmo. A gente procurou ser muito fiel ao espírito da música, até porque sou fã, mas ao mesmo tempo criar uma narrativa cinematográfica para passar a emoção da canção sem ser algo literal – porque aí seria um videoclipe. E uma coisa que tentamos fazer também foi preencher as lacunas da música. Por exemplo, não explica por que a Maria Lúcia ficou com o Jeremias. E a Maria Lúcia mesmo pode ser qualquer coisa, a letra só diz que era linda. Mas para você falar que uma pessoa se apaixona pela outra tem que ir além do prazer estético, para essa história de amor valer não pode ser só porque a menina é bonita, tem que ir além. A gente aprofundou bastante as questões dos personagens para montar essa história, até porque quando você ouve a música, com sua narrativa do estilo de cordel, ela abre janelas para você olhar para onde quiser e imaginar o que quiser. O filme, por sua vez, te leva para outros caminhos, e te libera para pensar no assunto quando a sessão termina. A música abre esses caminhos no momento em que está tocando, o filme tem que te prender de outra maneira, para você pensar mais a fundo depois que sai do cinema. São duas experiências diferentes, ouvir uma música de nove minutos e ver um filme de 100, mas tentamos fazer dessa uma experiência bacana tanto para quem ouve a música quanto para quem não conhece.”

O filme é passado no final da década de 70 e 1981. Em nenhum momento a Legião Urbana ou Renato Russo são citados.

 

Artistas lamentam decisão da Justiça que acha racistas editais de incentivo à produção cultural negra

 

Organizações de produtores negros que promovem atividades artísticas e culturais  questionaram a decisão da Justiça Federal, que suspendeu editais de incentivo à produção cultural negra do Ministério da Cultura. Segundo a Agência Brasil foram inscritos 2,4 mil projetos de médio e pequeno porte que concorriam a R$ 10 milhões.  Na avaliação das entidades negras, a medida é um retrocesso e compromete  projetos que refletem a diversidade brasileira.

De acordo com André Miranda e Eduardo Rodrigues do jornal O O Globo, a Justiça Federal suspendeu os editais de incentivo à cultura negra lançados pelo Ministério da Cultura (MinC) em novembro de 2012, por entender que eles representam uma prática racista. Com um valor total de R$ 9 milhões, os editais foram, até agora, a principal novidade da gestão de Marta Suplicy à frente da pasta, que assumiu há cerca de nove meses prometendo políticas de inclusão. A decisão, do juiz José Carlos do Vale Madeira, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão, foi publicada no Diário Oficial. Ele escreveu que o MinC “não poderia excluir sumariamente as demais etnias” e que os editais “destinados exclusivamente aos negros abrem um acintoso e perigoso espectro de desigualdade racial”.

Para o presidente do Grupo Cultural Olodum, João Jorge Santos Rodrigues, da Bahia, a dificuldade de as empresas e dos editais universalistas distribuírem recursos para produtores negros é um reflexo do racismo das instituições. “Se há um campo em que a contribuição dos afrodescendentes é fundamental e visível no Brasil é na cultura e no esporte, mas mesmo assim, como mostram os dados do Ministério da Cultura, por meio das políticas atuais, os recursos não chegam”, disse.

fonte:dr