Papéis da Camargo têm nomes de tucanos e Temer

ÉPOCA _ Diego Escosteguy e Felipe Coutinho
José Aníbal (PSDB) e Michel Temer (PMDB)  (Foto: Camila Fontana / ÉPOCA e José Cruz / Agência Brasil)
José Aníbal (PSDB) e Michel Temer(PMDB)Diego Escosteguy e Felipe Coutinho
A PF apreendeu na sede da empreiteira uma tabela dos anos 1990 que relaciona políticos, obras e valores em dólar.
Diego Escosteguy e Felipe Coutinho

Em 2009, a empreiteira Camargo Corrêa foi alvo da operação Castelo de Areia, que apurava suspeitas de corrupção e pagamento de propina a políticos para a obtenção de contratos com o governo.

Na casa de um diretor da empresa, a PF apreendeu uma planilha cheia de siglas, nomes e números. Na ocasião, muitos atribuíram àquela planilha o caráter de prova definitiva de como o caixa dois da Camargo era gerido, interpretavam siglas e nomes como se fossem políticos a quem se destinava propina. Isso nunca foi comprovado, e a Castelo de Areia não durou muito.

O Superior Tribunal de Justiça suspendeu a investigação em 2010 e anulou todas as provas, entre elas a tal planilha. A Procuradoria-Geral da República recorreu ao Supremo Tribunal Federal, mas o STF ainda não se manifestou.

Entre os políticos relacionados na planilha, enstão o governador de São Paulo entre 1994 e 2001, Mario Covas (1930-2001); o atual vice-presidente da República, Michel Temer, deputado pelo PMDB nos anos 1990; o então deputado e depois prefeito de Araçatuba pelo então PFL, Jorge Maluly Netto (1931-2012); e o então deputado e atual suplente de senador eleito por São Paulo José Aníbal (PSDB).