Jorge Bastos Moreno – O Globo
Ao afirmar, na CPI da Petrobras, que o que está sendo descoberto na Operação Lava-Jato com relação à empresa “ocorre em todo o país”, Paulo Roberto Costa parecia conhecer bem do que estava falando. Pois não é que, dois dias depois, o juiz do caso, Sérgio Moro, revela que a planilha encontrada em mãos do doleiro Alberto Youssef contém “algo perturbador”, ao enumerar 750 obras de infraestrutura espalhadas pelo país, nas quais se repetiam as mesmas práticas do esquema de propinas da Petrobras.
Diante do achado, torna-se quase impossível que figuras carimbadas da política estejam por fora dessa avalanche de irregularidades. Assim, um ou outro desse time de políticos que muita gente apostava ter se blindado do escândalo da Petrobras, ainda que dele tivesse participado, certamente terá deixado seu rastro em obras menores, já que não há crime perfeito.
Isso que para Moro é perturbador, para o Legislativo e o Executivo é estarrecedor.
Portanto, Dilma e os membros do Congresso, que talvez não tenham tempo de esperar que o STF revele os nomes dos políticos envolvidos nesses escândalos, terão de examinar com lupa os nomes que colocarão, ela, nos ministérios, e, o Congresso, nos cargos diretivos das suas duas Casas. |