O juízo final ainda vem por aí: o dos americanos

 Acredita que a Operação Lava-Jato e a Operação Juízo Final são um tsunami político? Pois não são: tsunami mesmo são as investigações americanas sobre a Petrobras, que a empresa acaba de confirmar. A SEC, equivalente americana à CVM, investiga a Petrobras para saber se os investidores que compraram seus recibos de depósito (ADR) na Bolsa de Nova York foram ou não prejudicados. E o Departamento de Justiça a investiga por denúncias de corrupção, de acordo com a Lei de Atos de Corrupção no Exterior.

Quem cuida do caso é a procuradora-geral assistente do Departamento de Justiça, Leslie Caldwell. A Petrobras contratou dois escritórios de advocacia, o brasileiro Trench, Rossi & Watanabe e o americano Gibson, Dunn & Crutcher, especializados nas leis americanas anticorrupção, que preparam uma auditoria das contas e práticas comerciais da empresa, para demonstrar que estão de acordo com as leis dos Estados Unidos. Foi uma legislação desse tipo, na Europa, que levou a multinacional alemã Siemens a contar ao menos parte do que sabia do cartel dos trens em São Paulo.

Para os EUA, quem deve ser punido é a pessoa que agiu fora da lei, não a empresa. É importante, diz Leslie Caldwell, que o funcionário saiba, ao transgredir a lei, que corre o risco de ir para a prisão, e perdendo o que tiver acumulado.(Carlos Brickmann)