
Foto: Vania Stoyanova/Divulgação
As narrativas sempre estiveram ao redor da escritora americana Margaret Stohl – antes mesmo de ser escritora, foi uma leitora voraz na infância e trabalhou criando videogames. Best-seller internacional com a série de fantasia para jovens 16 luas (Galera Record), feita em parceria com Kami Garcia, ela é uma das convidadas da 10ª edição da Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), que começa quinta (13/11), em Olinda. Ela participa de uma mesa, sexta (14/11), às 16h, em uma conversa sobre como seduzir os leitores, com a escritora paulista Carina Rissi e a autora pernambucana Ju Costa, mediadora do debate.
Margaret vem para três cidades no Brasil – depois do Recife, passa pelo Rio de Janeiro e por Belo Horizonte – para lançar Ícones (Galera Record), primeiro livro de sua nova série que sai no Brasil. Na nova história, ela adentra outro gênero, a ficção científica, criando um mundo em que a Terra foi invadida por alienígenas e dois sobreviventes, Dol e Ro, são capturados por um grupo para se unirem a outras pessoas em uma conspiração. “Ícones é um thriller sci-fi romântico ambientado no Sul da Califórnia. É romântico e emotivo como 16 luas, mas o universo da história é muito diferente”, conta a escritora, em entrevista ao JC.
Nessa primeira obra sem a colega Kami Garcia, ela se voltou para esse mundo de futuros distópicos e ficção científica, algo que sempre esteve presente em sua carreira dentro da indústria de videogames. Ela ajudou a criar, entre outros, a história de jogos como Command & conquer: Tiberian sun e Legion: the legend of Excalibur e fez adaptações para os games de tramas com Homem-Aranha, Quarteto Fantástico e a série de TV Os sopranos.
“Eu queria ser escritora quando tinha 5 anos. Amava livros mais do que tudo e sempre quis me esconder neles, porque eu era muito, muito tímida. Acho que me identifiquei primeiro como uma leitora e, depois, como uma escritora – e talvez de alguma forma eu continue a me ver assim”, aponta. “Realmente aprendi a construir universos ficcionais ao trabalhar com videogames e criar em três dimensões. Homem-Aranha foi um dos primeiro jogos em que trabalhei e agora estou trabalhando junto com a Marvel, de novo, com uma história para Viúva Negra. Então é divertido voltar para o lugar em que comecei de alguma forma.”
Para essa narrativa, o mais estranho foi se obrigar a escrever sem a pressão da amiga Kami. “De alguma forma todos os escritores estão trabalhando sozinhos quando ele sentam na frente de um teclado para escrever. A transição não foi tão difícil”, explica.
Ao trabalhar com mundos fantasiosos ou futuristas, Margaret admite que está falando também da realidade e dos nossos sentimentos. “Toda história é uma espécie de verdade, ao menos em um sentido emocional. Não importa se elas espelham nosso mundo ou não: a ficção é um lugar e um modo seguro de viver sentimentos grandes e perigosos”, defende.
A série 16 luas foi uma avalanche de popularidade – os livros foram best-sellers por quase todos os países em que passaram e renderam até uma adaptação para o cinema, em 2013, dirigida por Richard LaGravenese. Uma das singularidades da obra é que o romance ultrapassou o público comum de histórias de amor e foi lido por muitos garotos: “Haver narrado a história da perspectiva de um garoto ajudou a torná-la mais acessível a leitores homens – mas acredito, sim, que todas as histórias devem ser abertas para todos os leitores”.
A autora ainda confessa que está impressionada com a quantidade de fãs que têm no Brasil. “Eu amo os fãs brasileiros e tudo o que tenho escutado é que se trata de um país lindo com pessoas maravilhosas. Ouço o tempo todo na internet meus fãs brasileiros. E é muito especial finalmente poder conhecer alguns deles pessoalmente. Estou muito empolgada com a viagem”, diz, animada.
jc