| Carlos Brickmann
O vice-presidente do Desenvolvimento do Socialismo da Venezuela e ministro das Comunas, Elías Jaua, viajou ao Brasil a serviço da causa, sem comunicação ao Governo brasileiro. Veio armado; e, para disfarçar, enviou a arma com a babá de seu filho, em outro avião. Não deu certo. Ela foi presa no Aeroporto, por porte ilegal, e aguarda julgamento. Jaua agiu com tanta desenvoltura que o Brasil decidiu reagir: o chanceler Luiz Alberto Figueiredo chamou o encarregado de Negócios da Venezuela, Reinaldo Segovia, para protestar contra a interferência do ministro em assuntos internos brasileiros. E pensar que houve época em que os EUA interferiam na política brasileira. Hoje, até a Venezuela se mete por aqui. Ahn? Soberania? Agora, a não novidade: o PSDB, partido que diz liderar a oposição ao Governo petista de Dilma, não se manifestou sobre a ação do ministro venezuelano. Quem protestou foi o DEM. O senador Ronaldo Caiado pediu a convocação do chanceler brasileiro pelo Senado para que explique o que pretende fazer para evitar que o MST seja treinado ilegalmente por militares estrangeiros. Reação tucana E que faz o PSDB, que não protesta contra a violação da soberania nacional? Coisa nenhuma, claro. O partido saiu de uma dura campanha eleitoral, muito cansativa, e é hora de descansar, que há hora para tudo e ninguém é de ferro. Em compensação discute longamente o que fazer com o tal diálogo proposto pela presidente Dilma – aquele segundo o qual ‘não pode haver muros’ entre Governo e oposição. A sugestão da presidente parece ter sido formulada com precisão cirúrgica só para irritar o PSDB: se não houver muros entre o Governo e a Oposição, em cima de onde é que os tucanos de bico longo e voo curto vão pousar? |
Deve-se ao repórter Cláudio Tognolli, do Yahoo, a descoberta dos documentos mais impressionantes dos últimos meses: as provas de que o Governo venezuelano do Hermano Nicolás Maduro assinou acordos de cooperação, sem conhecimento das autoridades brasileiras, com o MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, liderado por João Pedro Stedile. Os acordos incluem treinamento dos brasileiros por venezuelanos, seja lá que tipo de treinamento for.