Por José Adalberto Ribeiro, jornalista
RIBEIROLÂNDIA – Olha só quem aflorou no recinto! O filósofo The Gaulle. Ele me contou a seguinte lenda brasileira: um cara foi ao banheiro realizar uma obra fisiológica. Vrum, vrum!
Força! Missão cumprida. Ao levantar-se do trono para dar a descarga tributária, um torpedo subversivo pousou no seu bigode, infiltrou-se nos pelos e ele não notou. Começou a rotina diária.
Daí, o cara foi pra cozinha tomar um cafezinho. Que catinga danada! Destampou o computador para ver as noticias e ler a opinião dos sábios no Facebook. O quarto estava fedorento. Vamos ao quarto calçar as botas de sete léguas para caminhar na Jaqueira. Eita que fedor! Viajou até a varanda para sentir o perfume da manhã. Odor de cocô! Correu para o jardim! É o mundo todo!
Conclusão de The Gaulle: assim é o Brasil. Em qualquer lugar onde você vai tem corrupção. Na CPI, na Petrobras, no lixão da Muribeca, no metrô, na Esplanada dos Monastérios, nas estatais, nos planos de saúde, nos consultórios, nas igrejas e igrejinhas, no futebol, nas estradas, portos e aeroportos, nos bares e lupanares, em todos os lugares onde canta o carcará e onde cantava o sabiá.
O Brasil tá doente de corrupção ou será corrupto de nascença?
Quem inventou ou quem descobriu a corrupção? Pedrálvares? Pero Vaz de Caminha? A Corte imperial de Dão João VI? Macunaíma, o herói sem nenhum caráter? Os sapos vermelhos? Os pássaros formosos de bico longo? A direita ou a esquerda? O golpe militar de 1964? A Revolução de 1964? A ditabranda? A mãe de pantanha?
A corrupção veio de longe. A escravidão dos negros, trazida pelos colonizadores, era a corrupção em essência. Durou séculos e os escravocratas deitaram raízes na cultura brasileira.
Charles Darwin, o cara que descobriu nosso parentesco com os gorilas, falou sobre a genética da impunidade quando esteve no Brasil nos tempos do rococó (1832): “Não importa o tamanho das acusações que possam existir contra um homem de posses, é seguro que em pouco tempo ele estará livre. Todos aqui podem ser subornados”. A lei da vida é a evolução. A corrupção evolui em escala exponencial.
Impunidade e corrupção fazem parte das mais honoráveis tradições brasileiras. Para isso o Brasil não tem governo, não tem juízo, nem tem vergonha, não tem remédio nem nunca terá. A corrupção tá no sangue verde-amarelo. E no sangue latino-americano também, yo creo.
The Gaull e lembra que o Imperador Dão João VI abriu os portos do Brasil para os navios estrangeiros nos idos de antanho de 1808, e também abriu os portos para a importação de piolhos, chatos e lêndeas da nobreza parasitária e corrupta de Portugal. Foi a maior safra de piolhos e de corrupção nas cabeças coroadas e na cabeça da rafaméia. Aliás, eram piolhos conservadores, monarquistas. Hoje são piolhos vermelhos, de esquerda, piolhos e até chatos revolucionários.
Outrora os piolhos faziam subversão. Hoje espalham corrupção.
“Não se perdoa uma Nação ou uma mulher que se deixa dominar pelo primeiro aventureiro que apareça” – O Manifesto Comunista, Marx e Engels, 1848.
As elites brasileiras que se deixam dominar por sapos vermelhos aventureiros, demagogos e corruptos, não fazem jus ao nome. Ou melhor, tais elites são a tese, a antítese e a síntese desses predicados infames. Aqui nesta cidade lendária de Recife um sapo de bigode bordou e pintou durante 12 anos, diante das elites políticas, intelectuais e artísticas, empresariais, sindicais e sociais. Que elites desconectadas são essas?! Não me venham com essa lenda de que Recife é uma cidade politizada. Muito menos o Brasil é uma tribo politizada.
Um festejado artista global, Paulo B, com licença da palavra, proclamou durante reunião com intelectuais vermelhos na casa do então ministro Gilberto Gil, conforme amplamente noticiado na época, que “não dá para fazer política sem botar a mão na merda”.
Foi aplaudidíssimo pelas estrelas do cordão encarnado. Se estivesse presente, aquela ministra do Turismo teria chegado ao orgasmo cívico.
Além de interpretar personagens na TV e no teatro, esse cara poderia hoje ser um diretor da Petrobrás e botar a mão na massa. Como não é leso, certamente está mamando, na moita, em alguma teta do governo.
E tudo dentro da lei, da lei do jeitinho.
A ideia de elite no Brasil é associada a um conteúdo pejorativo.
Ao invés de uma virtude, ser elite é pecaminoso. A virtude é ser do populacho. Quanto mais medíocre e mais demagogo, mais glorificado.
A humanidade brasileira continua nos caminhos da perdição, assim falou o filósofo The Gaulle a seus discípulos.
fonte:blogdomagno