O espírito do pernambucano com a morte de Eduardo

Por Marlise Nadler*

Desde quarta-feira, penso em colocar um lenço preto no carro, como forma de luto pela morte do ex-governador Eduardo Campos e de todos que se foram no trágico acidente em Santos. Só que não tenho nenhum lenço desta cor em casa. Então, estava no trânsito e vi um senhor vendendo uns bonecos de espuma. Na boa, eu não tenho ideia de quem iria querer comprar um boneco daqueles. Então, chamei o homem e dei uma sugestão. Foi assim o diálogo:

– Sabe o que o senhor podia fazer?! Comprar uns lenços pretos e vender no sinal.

–  Deus me livre! Não vou ganhar dinheiro em cima da morte deles.

– Não, senhor. Não foi isso o que eu quis dizer, de jeito nenhum. É que muitas pessoas gostariam de fazer uma homenagem, e essa seria uma boa forma.

– Eu sei, dona. Eu entendi. Mas, se eu tivesse lenços pretos, eu não sairia por aí vendendo. E sim, dando.

Na hora, eu quis abraçar aquele homem e agradecer a Deus por tanta nobreza de espírito.

*Jornalista