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Esta semana a Câmara dos Deputados aprovou o pedido de urgência para a votação do decreto legislativo que, se votado favoravelmente, anula o decreto executivo responsável pela ampliação de consultas populares para as principais iniciativas do próprio governo. Nos últimos dois meses criou-se desimportante conflito. De um lado, deputados e senadores reivindicando que apenas o Legislativo deve dispor do poder de aprovar atos do Executivo. De outro lado, Dilma e seus ministros, sustentando que ampliar decisões com a participação popular só faz bem à democracia. Até agora, nada sensibilizou o eleitorado para as decisões a ser tomadas em outubro. Nem decretos executivos nem campanhas, muito menos programas, planos e promessas de realizações. No máximo, algumas minorias insatisfeitas vão para a rua, fecham o trânsito, queimam pneus e até depredam patrimônio público e privado, mas também sem maiores reflexos na vida nacional. É dessa apatia que tanto governo quanto políticos e parlamentares deveriam estar cuidando. Porque se durante a ditadura militar o povão ficou anos sem reagir, só se insurgindo no seu final desgastante, agora a situação mudou. A opinião pública, da mais simples à mais sofisticada, cruzou os braços e rejeita as estruturas políticas que deveriam estar dirigindo o processo. |
