Banco do Brics aumenta influência chinesa no mundo

Jarbas Oliveira/Efe

Analistas ouvidos pela BBC Brasil acreditam que a criação de um banco de desenvolvimento pelos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e de um fundo de socorro para países com problemas de liquidez financeira podem ser um veículo para expansão da influência chinesa no mundo.

Essas duas iniciativas foram anunciadas durante a reunião de cúpula dos Brics que nesta terça-feira em Fortaleza. O banco deve contar com um capital inicial de U$ 50 bilhões, US$ 10 bilhões vindos de cada país membro. Por outro lado, a China, detentora da maior reserva cambial do mundo, seria o principal financiador do fundo de socorro, contribuindo com U$ 41 bilhões do total de U$ 100 bilhões previstos.

Para Lok-sang Hon, membro do conselho executivo da Associação Econômica de Hong Kong e pesquisador da Lingnan University, a China ‘quer contribuir significativamente para esse projeto, cuja importância não é apenas econômica. Financeiramente está em uma posição melhor’.

Anti-dólar

Na última semana, o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Li Baodong, afirmou que o ‘momento é propício’ para a criação do novo banco, que será um ‘marco no atual sistema monetário internacional, dominado pelos Estados Unidos e pela Europa’.

Trata-se de uma referência ao fato de que o banco poderia ser uma alternativa ao Banco Mundial, uma organização tradicionalmente dirigida por um representante americano, enquanto que o Fundo Monetário Internacional (FMI) tradicionalmente é controlado por um representante europeu.  (Da BBC Brasil)