
Deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), que se notabilizou pelo caso da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, agora pretende investigar um outro negócio no setor de petróleo; segundo ele, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, foi favorecido ao comprar ativos internacionais na Nigéria; ele pagou cerca de US$ 1,5 bilhão por poços que valeriam o dobro; “Eu não tenho dúvidas de que tem algo estranho. E dizem que o BTG já recuperou esses investimentos. Esse caso da África é muito parecido com o de Pasadena”, diz o tucano
O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação para apurar supostas irregularidades na venda de 50% dos ativos da Petrobras na África para o banco de investimentos BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, fechada ano passado por US$ 1,5 bilhão. Existe uma suspeita de que o negócio foi efetuado por um preço bem inferior ao valor efetivo dos ativos.
O tribunal abriu processo em atendimento a um pedido do líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Antônio Imbassahy (BA), que também enviou requerimento ao Ministério de Minas e Energia pedindo esclarecimentos sobre o negócio venda dos ativos da Petrobras na África. O iniciou o processo de análise da operação em 8 de maio.
Esses ativos investigados referem-se a participações acionárias em blocos de exploração de petróleo em seis países africanos, Nigéria, Tanzânia, Angola, Benin, Gabão e Namíbia. A Petrobras produziu na África, segundo dados do mês de abril, 29 mil barris diários, a maior parte na Nigéria e um pouco em Angola.
A operação do BTG Pactual foi fechada em julho do ano passado, mas começou antes da posse de Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras, em fevereiro de 2012. Antes disso, técnicos que estudavam a venda de 50% dos ativos da Petrobras Oil & Gas BV, a subsidiária detentora dos ativos na África, teriam estimado que o negócio poderia gerar um ganho de US$ 7 bilhões.
Depois disso, o banco inglês Standard Chartered foi contratado para realizar um leilão internacional dos ativos. Dos 14 potenciais compradores convidados, apenas nove teriam participaram efetivamente, cita a publicação.
O banco inglês calculou os ativos em US$ 4,5 bilhões, que depois foram reduzidos para US$ 3,05 bilhões devido a possíveis riscos da operação especialmente na Nigéria. Foi essa avaliação que resultou no pagamento de R$ 1,5 bi por 50% dos ativos.
Em março, a subsidiária da Petrobras na África pagou pela primeira vez dividendos a acionistas, no valor de US$ 300 milhões. Esteves recebeu US$ 150 milhões.
Diante dos ganhos do BTG, Imbassahy comparou a operação à compra da refinaria de Pasadena. “Recebi informações de técnicos da Petrobras e de gente que já não trabalha mais na companhia, de empresas de consultoria e de acionistas minoritários que acham que há algum equívoco nessa operação. Eu não tenho dúvidas de que tem algo estranho. E dizem que o BTG já recuperou esses investimentos. Esse caso da África é muito parecido com o de Pasadena”, declarou o líder do PSDB.
Ele também divulgou uma nota a respeito. Leia abaixo:
Imbassahy acredita em novo prejuízo bilionário à Petrobras
Desde o mês de maio, o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy, tenta obter informações sobre a venda de 50% dos ativos da Petrobras na África para o banco BTG Pactual, ocorrida em meados do ano passado. Imbassahy chegou a enviar requerimento ao Ministério de Minas e Energia (MME) pedindo esclarecimentos sobre o negócio, que ele acredita, pode ter gerado outro prejuízo bilionário para a Petrobras e os brasileiros, a exemplo da compra da refinaria de Pasadena.
A iniciativa do líder, que desde o início do seu mandato vem denunciando irregularidades na administração da estatal, motivou o TCU a abrir processo para analisar a operação. Os ativos, segundo técnicos e especialistas, poderiam gerar um ganho de US$ 7 bilhões, mas esse valor foi reduzido para US$ 4,5 bilhões, depois para US$ 3,16 bilhões, e acabou sendo vendido por US$ 1,5 bilhão.
Imbassahy acredita que para o banco o negócio foi tão vantajoso que em menos de oito meses, a instituição começou a recuperar o que investiu, retirando US$ 150 milhões na forma de dividendos. O deputado decidiu pedir explicações a respeito do fato, ao governo, depois de ter recebido várias informações de ex-funcionários da Petrobras e até mesmo de empresas de consultoria relatando sobre a possibilidade de o negócio ter representando prejuízo para a estatal. “Eu não tenho dúvidas de que tem algo de estranho nesse acordo. E não entendo a dificuldade do governo em responder aos meus pedidos de explicação, pois, vencido o prazo legal para resposta, o ministério, estranhamente, me pediu uma prorrogação de 30 dias para enviar as informações. Continuo aguardando”, disse Imbassahy.