Carvalho volta a tecer críticas à coordenação do PT

Valor.

O ministro Gilberto Carvalho disse que o Partido dos Trabalhadores está errado no seu diagnóstico sobre a insatisfação da população com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e que tem alimentado a ‘ilusão’ de que ‘o povo pensa que está tudo bem’, conforme entrevista publicada nesta segunda-feira (23) pela Folha de S. Paulo.

‘Acho um erro de diagnóstico’, disse o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. ‘E quando você não tem um bom diagnóstico, não tem um bom remédio’.

Na entrevista, Gilberto Carvalho, que condenou as vaias e xingamentos dirigidos à presidente na abertura da Copa do Mundo, contraria o discurso adotado pelo PT para reagir ao dizer que os ataques não partiram apenas da ‘elite branca’. O ministro diz que seu objetivo foi alertar para a generalização da insatisfação com o governo, fenômeno que, em sua opinião, tem origem num pensamento conservador ampliado com ajuda da mídia.

“Há, sim, um pensamento conservador que se expressa fortemente por meio dos veículos de comunicação e que opera um cerco contra nós. E esse cerco tem dado resultado, na medida em que ganha amplitude”, disse.

Carvalho acredita que a presidente vai se reeleger em outubro, porque aposta que o partido conseguirá ‘furar esse grande bloqueio’ na campanha e mostrar aos eleitores as realizações dos governos petistas nos últimos 12 anos.

“Tenho muita convicção de que vamos ganhar. Conseguiremos furar esse grande bloqueio porque vamos poder mostrar para o país, num debate aberto, sem mediações, o que de fato foi e está sendo realizado. Essa minha fala está muito voltada para a necessidade de fazermos uma grande mobilização que não parta da ilusão de que o povo pensa que está tudo bem”, ressaltou.

Corrupção – Gilberto Carvalho não nega atos de corrupção que partiram de dentro do Partido dos Trabalhadores. O problema, segundo o ministro, é o tratamento desigual.  ‘Infelizmente eles aconteceram, têm de ser reprovados. Mas quando se trata do mensalão tucano, que se chama de mensalão mineiro, nem do PSDB dizem que foi”, afirmou.

‘A compra de votos para reeleger Fernando Henrique não passou por nenhuma investigação porque havia, naquele tempo, um esquema para impedir’, acrescentou. “Precisamos ter clareza disso e combater, porque, do contrário, começa a ganhar corpo uma opinião cada vez mais ampla de que nós estamos prejudicando o país, de que inventamos a corrupção’.