O Globo. Inconformado com a derrota para o Governo de Alagoas, Renan Calheiros (PMDB) trouxe à tona, em 1990, um nome até então desconhecido da maioria da população: Paulo Cesar Farias. Renan estava irritado com Fernando Collor de Mello (PTB) porque, em sua opinião, Collor, por meio de PC Farias, havia privilegiado a candidatura de Geraldo Bulhões ao Governo do Estado, em detrimento da de Renan. Derrotado nas urnas, Renan, então líder de Collor na Câmara Federal, abandonou o cargo e acusou PC Farias de fazer um governo paralelo. O resto da história é de conhecimento nacional: Collor acabou sofrendo impeachment, no qual Renan Calheiros foi um dos principais articuladores, e o então deputado só fez aumentar sua influência nos governos, chegando a ser ministro da Justiça de Fernando Henrique e presidente do Senado Federal em duas ocasiões. Desde aquela época, Renan e Collor situaram-se em lados opostos em Alagoas. Em 2010, Collor tentou voltar a ser governador, mas Renan apoiou Ronaldo Lessa (PDT), que perdeu para Teotônio Vilela (PSDB). Este ano, porém, as arengas viraram coisa da história. Renan não é candidato, mas seu filho e herdeiro político, sim. O deputado federal Renan Filho (PMDB) concorre ao governo numa chapa que tem Collor como senador. Os dois, mais o ex-governador Ronaldo Lessa e 11 partidos, formaram uma aliança de oposição ao grupo de Teotônio. A família Calheiros agora é toda elogios a Collor. “Entendemos que, neste momento, ele [Collor] é o melhor para Alagoas”, disse Renan Filho, para continuar nos afagos: “Alagoas reconhece que Collor tem feito um bom trabalho em Brasília”. Renan Filho reconhece que, desde 1990, as duas famílias não se relacionavam. Mas em 2012, nas eleições para a Prefeitura de Maceió, os dois grupos estiveram do mesmo lado, ao apoiar Lessa. Foi a praticidade política que juntou este ano Collor e Renan Filho. O senador não conseguiu reunir partidos que lhe dessem apoio para o governo e sabia que dificilmente conseguiria vencer o pleito. Decidiu disputar o Senado Federal, mas sabia que precisava de apoio. Renan Filho também necessitava de aliança forte. E o PTB de Collor é um dos partidos que têm bom tempo de tevê. Daí fluiu para a aliança. |