CPI da Petrobras pode investigar refinaria no Paraná

Estadão Conteúdo.

A oposição deve pedir na próxima semana a convocação de dirigentes da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), situada no Paraná, pela comissão parlamentar mista que investiga a Petrobras. De acordo com o deputado Fernando Francischini (SDD-PR), é preciso obter esclarecimentos sobre a relação feita pelo Ministério Público Federal (MPF) entre desvios na Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e a Repar.

O MPF suspeita que o dinheiro de contratos superfaturados da Repar podem ter abastecido empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef e ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ambos presos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Relatório produzido pelos procuradores afirma que existe “conexão entre os desvios” investigados pela Operação Lava Jato em Abreu e Lima e as supostas irregularidades na Repar.

O documento foi enviado ao juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato. Em decisão de 12 de maio de 2014, ele reconheceu a conexão entre os casos pernambucano e paranaense.

O deputado afirmou ainda que vai tentar levar “dirigentes antigos e atuais” da Repar não só para depor na CPMI, mas também na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Federal. “Quantas mais refinarias da Petrobras essa organização criminosa usou para desviar os recursos públicos para benefício próprio e para alimentar essa máquina de corrupção?”, questionou Francischini

O requerimento surge em um período tumultuado da CPI no Senado. Além de a comissão estar esvaziada por causa da Copa do Mundo, a maioria governista que compõe o colegiado tenta jogar o foco da investigação para fatos ocorridos durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Os governistas querem levar para depor na comissão o hoje ministro do Tribunal de Contas da União, José Jorge, que atuou como ministro de Minas e Energia no governo FHC. Ele responde a uma ação, iniciada em 2001, que aponta um prejuízo de US$ 2,3 bilhões para a Petrobras, por causa de uma operação de troca de ativos com a empresa ibero-argentina YPF.

O objetivo da base do governo é contrapor esse episódio com a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).